DIEESE – NOTA TÉCNICA

Número 266
03 de janeiro de 2021

Ganho de escala e inovação têm motivado uma onda de transações de fusão e aquisição de empresas mundo afora, e no Brasil não tem sido diferente. No ramo químico, foi realizada a venda de duas das maiores petroquímicas do país – Braskem e Oxiteno. A indústria química brasileira, mesmo pressionada pela perda de competitividade, ocupa a sexta posição no mundo, tendo alcançado faturamento superior a cem bilhões de dólares em 2020. No entanto, os investimentos na produção de químicos de uso industrial, que estão na base da cadeia de valor, estacionaram em um patamar entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões anuais, montante necessário apenas para a manutenção das operações.

 
Além disso, metade da demanda por produtos da indústria química tem sido suprida por importações, que, em 2020, somaram US$ 41 bilhões. Esse cenário tem causado incertezas quanto ao futuro do ramo no país e provocado
inúmeros debates sobre uma possível desnacionalização e escassez de investimentos na indústria química. Esta Nota Técnica tem o objetivo de traçar um breve panorama das mudanças recentes ocorridas no segmento petroquímico e suas implicações para a indústria química e a economia brasileira. Cabe ressaltar que, devido à complexidade dos movimentos ocorridos nos últimos meses, o tema certamente continuará sendo objeto de reflexões e, posteriormente, da elaboração e publicação de análises mais atualizadas.