Perdas causadas à Palestina pela ocupação israelense somam bilhões de dólares, diz Unctad

Publicado em 14/11/2023
 
 

As novas descobertas de petróleo e gás natural na Bacia do Levante, na costa da Palestina, Israel, Líbano e outros países, colocam esta bacia como um dos recursos de gás natural mais importantes do mundo. O petróleo e gás da Palestina, assim como outros recursos naturais, continuam sendo explorados por Israel como uma potência ocupante, documentada em relatórios e estudos da Unctad, a agência das Nações Unidas para comércio e desenvolvimento.

As descobertas, de 3,4 trilhões de metros cúbicos de gás – com um valor líquido de US$ 453 bilhões – e 1,7 bilhão de barris de petróleo recuperável – com um valor líquido de cerca de US$ 71 bilhões – “oferecem uma oportunidade de distribuir e partilhar um total de US$ 524 bilhões entre as diferentes partes”, anota a Unctad.

No Território Palestino Ocupado, falta uma demarcação clara dos direitos de propriedade. Além disso, Israel continua impondo restrições à circulação do povo palestino, à sua produção, exportações, importações, transferências de capital, receitas públicas e espaço político, cobrando custos adicionais que continuam aumentando com o tempo à medida que a ocupação persiste, em contravenção ao direito internacional e à justiça natural.

“Até à data, os custos reais e de oportunidade da ocupação exclusivamente na área do petróleo e do gás atingiram centenas de bilhões de dólares. A lista e a extensão das perdas causadas pela ocupação são extensas”, critica a agência da ONU sobre a exploração de petróleo e gás da Palestina por Israel.

Estes custos precisam de ser identificados, estudados, estimados e documentados, para facilitar futuras negociações para uma solução política justa do conflito israelense-palestino e para forjar uma paz duradoura no Oriente Médio.

A Unctad finaliza o estudo “Os custos econômicos da ocupação israelense para o povo palestino: o potencial não realizado do petróleo e do gás natural” recomendando levantamentos mais detalhados para “estabelecer claramente o direito do povo palestino aos seus recursos naturais, bem como a sua participação legítima nos recursos comuns propriedade coletiva de vários Estados vizinhos na região, incluindo Israel.

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Marcos Oliveira