Há menos de um ano no comando da Petrobrás, Pedro Parente já conseguiu a façanha de fazer as reservas da empresa retrocederem mais de uma década, atingindo os níveis de 2001. A companhia fechou 2016 com 9,672 bilhões de barris de óleo equivalente, uma queda de 8% em relação ao ano anterior, praticamente a mesma reserva que tinha há 15 anos, quando atingiu 9,3 bilhões de barris.

O desmonte promovido pelos golpistas está fazendo a Petrobrás voltar a ser o que era em 2001, quando Pedro Parente comandava o Conselho de Administração da empresa. Assim como hoje, os investimentos em exploração e produção de petróleo e gás sofreram cortes drásticos, fazendo com que a área mais estratégica da companhia fosse anos a fio sucateada. A recuperação se deu nos governos Lula e Dilma, que multiplicaram por mais de dez vezes os investimentos no E&P, fazendo com que a Petrobrás aumentasse em 70% as suas reservas e se tornasse capaz de descobrir o Pré-Sal.

Os desinvestimentos e a liquidação de ativos promovida pela gestão Pedro Parente fazem a estatal retroceder a passos lagos, levando junto a economia do país e as principais conquistas das últimas décadas. O próprio mercado já admite que a receita aplicada está comprometendo a empresa. “A falta de investimentos exploratórios está afetando seriamente o valor da Petrobrás”, afirmou a Zag Consultoria ao Valor Econômico em reportagem de capa desta quinta-feira, 26, onde o jornal analisa o tombo que os golpistas promoveram nas reservas da empresa.

Diferente de outras petrolíferas, a Petrobrás tem a seu favor o Pré-Sal batendo recordes de produção e imensos campos de petróleo ainda a serem explorados. Os gestores, no entanto, jogam contra a empresa, privilegiando os banqueiros, com juros e amortizações da dívida, e entregando às multinacionais campos de petróleo promissores. Enquanto isso, todas as seis sondas de perfuração da estatal estão hibernadas, os trabalhadores sem emprego, a economia do país em frangalhos e as agências de risco seguem negando o selo de “bom pagador” à Petrobrás, ameaçando rebaixar ainda mais a sua nota de avaliação.

A FUP e seus sindicatos há tempos alertam para os efeitos nefastos do receituário neoliberal e privatista que os gestores vêm impondo à companhia. Propostas elencadas no documento “Pauta pelo Brasil”, com alternativas para o financiamento da empresa, foram apresentadas à direção da estatal de forma a preservar seus principais investimentos e ativos.

A gestão Pedro Parente, no entanto, prefere continuar seguindo à risca a cartilha dos golpistas, cumprindo o mesmo papel que teve no governo FHC. Já passou da hora do povo brasileiro entrar na luta junto com os petroleiros e defender a Petrobrás, enquanto ainda temos um patrimônio a zelar.

FUP