A redução de custos e desinvestimentos denunciada pela FUP, Deyvid Barcelar e Sindipetros há alguns meses, já começou a ganhar corpo prático no Ceará. Diretores do Sindipetro Ceará/Piauí se reuniram essa semana com gerentes do E&P da UO-RNCE: Alexandre Cássio, Gerente do Ativo Mar/OPCE e Helano Ferreira, gerente do Ativo Mar. A Diretoria também reuniu-se com Thais Murce, gerente-geral da diretoria da Petrobras Biocombustível.

Segundo a gerência do mar no Ceará, a plataforma PXA2 sofrerá o processo de hibernação visando reduzir custos na operacionalização. Além disso, o gerente garantiu que, pelo momento, só há previsão de reduzir quantidade de trabalhadores terceirizados e não haverá reposição de efetivos próprios, seja pelo PIDV, seja por transferências ou demissões. Também foi informado que não haverá investimentos, tendo em vista que a concessão dos poços termina em 2025.

Ainda segundo os gerentes, oito trabalhadores estariam trabalhando em regime de turno desnecessariamente, já que não haveria necessidade de serem rendidos, e que dois operadores serão transferidos para o regime de sobreaviso ainda esse ano.

Questionado sobre a mudança de regime de 7×7/7×14 para 14×21, a gerência disse que a alteração será estudada e pensada para a redução de custos. Sobre os atrasos frequentes nos dias de desembarque não haveria como ter negociação local, sob alegativa de que o E&P segue a norma da empresa.

Também existe a possibilidade de que os petroleiros offshore retornem a ter a lancha como único transporte para embarque e desembarque, como forma de redução de custos. Haverá fim dos voos para o pessoal de MI e viagens de lancha para diversas gerências no semestre que não há mar movimentado.

INCIDENTE COM AERONAVE

Sobre a questão do Incidente com a aeronave ocorrida no dia 08/09, a CENIPA classificou o incidente como não investigado. O relatório alegou que “não houve danos pessoais, a terceiros ou à aeronave (exceto os danos que levaram ao travamento do NLG na posição recolhida)”. Foi também garantido que o helicóptero do acidente não será mais usado na base do Ceará.

O Sindipetro CE/PI solicitará informações sobre a situação da empresa e a prestação dos serviços: planos de manutenção, vistorias da fiscalização, etc. E acesso aos relatórios da OMNI e CENIPA.

Segundo o presidente do Sindipetro CE/PI, Oriá Fernandes, todas as medidas apresentadas apontam para o corte de custos e redução do papel estratégico da Petrobras no Ceará e Rio Grande do Norte. “A lógica da empresa segue a orientação de Bendine: maximizar o rendimento dos acionistas. Pouco se importa que sejam demitidos terceirizados, reduzido direitos dos trabalhadores próprios e diminuição do papel da Petrobras na região. A ótica do lucro tem uma só: destruir a empresa em nome do capital. Nesse sentido, é importante que os trabalhadores offshore se somem à luta de todos os petroleiros na Greve Nacional, defendendo o patrimônio nacional, os direitos dos trabalhadores e um ACT digno”, disse.

Vamos à Greve!