Diretoria continua agenda de reuniões com parlamentares contra os desinvestimentos no Ceará

A diretoria do Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro CE/PI) se reuniu, na manhã da última quinta-feira (08), com a deputada estadual BethRose (PRP-CE) para discutir os desinvestimentos que a Petrobrás faz no Ceará e a criação de uma comissão parlamentar para visitar e planejar projetos de irrigação em Quixadá e Fazenda Belém.

[Sindipetro já reuniu-se com o deputado Dedé Teixeira (PT-CE) e a deputada Mirian Sobreira (PSB-CE)]

Dando prioridade somente ao Pré-sal, a Petrobrás está deixando de lado todos os projetos que deveria aplicar no Nordeste, em especial na Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará. Sendo a Refinaria Premium II e a base BioDiesel, em Quixadá, os maiores exemplos disso, que estão perdendo a empresa que mais investe e desenvolve essas regiões. Isso foi o que afirmaram o presidente, Orismar Holanda; o secretário-geral, Marcondes Muniz; e o diretor Douglas Uchoa.

“Nós estamos montando uma radriografia sobre os investimentos e desinvestimentos que a Petrobrás está deslocando de uma área do país para outra, fazendo com que ela não colocasse a Refinaria Premium II, por exemplo, no plano de negócios. Então é aí que entra a força política para pressionar maiores investimentos no estado”, disse o presidente.

O Sindipetro ainda firmou posição contrária os leilões do Petróleo e anunciou o Fórum Nacional em defesa do Petróleo. “Em todos os estados nós estamos criando o Fórum Permanente em defesa do petróleo. Está na agenda nos dias 19 e 20. Tudo está ligado, se a Petrobrás continuar esse ritmo de investir só no pré-sal, em três ou quatro anos nós do Norte/Nordeste praticamente deixaremos de existir em termos de produção de petróleo. Porque a empresa vai encurtar, fechar campos e desempregar gente”, afirmou Muniz.

Reaproveitar água de Fazenda Belém para produção de oleaginosas no Quixadá

Outro ponto levantado por Orismar foi a escassez de óleo de mamona no Ceará, que tem que exportar óleo de soja do Sudeste por falta de um maior incentivo a agricultura familiar e também da seca, que dificulta a produção de oleaginosas no semiárido e seus produtores não conseguem vender à Petrobrás sua produção, que tem o objetivo de comprar esse óleo e assim desenvolver a região.

No Ceará a produção de oleaginosas tem uma dificuldade devido as complicações climáticas e a seca. Na nossa análise, o principal problema é a falta de água. Então a gente percebe o seguinte: próximo a Biodiesel de Quixadá, se tem campos terrestres, que é Fazenda Belém, e extrai muito petróleo, que vem junto com água, 30% do que sai do solo é água, 70% é petróleo. E essa água é um complicador para o campo de petróleo.

Segundo o presidente, existe um projeto para perfurar 2000 poços no Campo de Fazenda Belém, que triplica a produção de petróleo na Base e consequentemente triplica a produção de água também. “O que a gente quer é um projeto grande, que envolva o governo federal e estadual e a Petrobrás, para que essa água do campo de Fazenda Belém seja levada para irrigar campos de produção de óleo de mamona, frutas, etc.”, disse Orismar.

Foi proposta pelos petroleiros a criação de uma comissão parlamentar para conhecer o processo produtivo da cadeia produtiva do Biodiesel em paralelo com a cadeira produtiva da extração de petróleo em terra no Ceará, para que seja entregue um relatório ao governador do Estado, Cid Gomes PSB, e levado à Brasília.

Seminário nacional acontece no Ceará

Haverá ainda um seminário nacional no Ceará, nos dias 19 e 20 de setembro, que apresentará a radiografia sobre os desinvestimentos no Ceará, Espirito Santo no Rio Grande do Norte e na Bahia.

A deputada solicitou os dados referentes aos prejuízos dos desinvestimentos no Ceará, que será apresentado no Seminário, para levar por meio de pronunciamento ao plenário da assembléia legislativa e se comprometeu a levar a pauta ao presidente da Casa, deputado Zezinho Albuquerque (PSB), além de tentar agilizar uma agenda dos trabalhadores com ele.