Possível greve pode botar em cheque a questão do abastecimento de gás natural no andamento de obras estratégicas para a Copa do Mundo

Os trabalhadores da Companhia de Gás do Ceará (Cegás) rejeitaram a proposta da quarta rodada de acordo coletivo de trabalho (ACT-2013) e irão paralisar suas atividades amanhã, 10 de abril.

A categoria reivindica melhores condições de salário, de benefícios e de segurança,além de equiparação dos salários dos trabalhadores terceirizados. Em 2007, foi criado um Plano de Empregos Cargos e Salário e até o presente momento nunca fora implantado. As diferenças salariais de um concursado de ensino médio chega a ser a de um terço de um trabalhador terceirizado.

Segundo o diretor do Sindipetro Ceará/Piauí, Irazer Lima, as condições de trabalho são, além de perigosa, precárias e a empresa não respeita as negociações, nem regras de segurança.

“Nossa empresa tem risco 4, ou seja, é comparada a uma plataforma de petróleo, mas mesmo assim, desde janeiro nós não temos nem CIPA [Comissão Interna de Prevenção de Acidentes] constituída. Muitas vezes, por conta da burocracia, tem trabalhador exercendo atividades perigosas sem nenhum equipamento de proteção, e ainda ficam em lugares sucateados”, reclama.

Se não houver acordo com essa paralisação e for desencadeada greve, haverá parada de fornecimento de gás natural no Ceará, o que poderá prejudicar empresas, como CERBRAS, Grupo M. Dias Branco, além de afetar o andamento de obras importantes para a Copa do Mundo (Metrofor e VLT), obra de túneis da prefeitura de Fortaleza (Parangaba e Via Expressa) e o fornecimento de gás à Arena Castelão e Centro de Eventos do Ceará.

“Os funcionários lamentam a necessidade de paralisação para resolver este problema, mas é o passo inicial para sensibilização da empresa e seus diretores”, finaliza o diretor.

Serviço:
Ato de paralisação em frente a Companhia de Gás do Ceará [Av. Santos Dummond, 7700];
Hora: 7h30 da manhã;
Dia: 10/04.