Dos 12 sindicatos da FUP que representam trabalhadores do Sistema Petrobrás, dez assinaram o acordo da PLR, após aprovação das assembleias. Somente os trabalhadores do Rio Grande do Norte rejeitaram a proposta. Na Bahia, as assembleias continuam até o dia 22 e os resultados parciais apontam que 70% dos trabalhadores estão aprovando o acordo. A média nacional de aceitação da proposta foi de 65% nas bases da FUP, chegando a 80% em alguns estados, e tem sido de 62% nas bases dissidentes, cujo indicativo das direções divisionistas é de rejeição.

O acordo conquistado garantiu aos trabalhadores se apropriarem de 5,20% do lucro líquido da Petrobrás, rompendo com a limitação imposta pelo DEST de que a PLR não poderia ultrapassar a barreira dos 4,5% do lucro. A pressão da categoria fez a empresa aumentar em 14,8% o montante da PLR, garantindo, assim, o mesmo tratamento que foi dado aos dividendos dos acionistas.

A lógica da Petrobrás era proteger o capital e sacrificar o trabalho. Por isso, reduziu em 26% o provisionamento dos dividendos dos acionistas e em 36% a PLR dos trabalhadores. Seguindo os indicativos da FUP, os petroleiros foram à luta, pararam por 24 horas no dia 28 de janeiro e aprovaram uma greve de cinco dias, que foi primordial para arrancar da empresa uma nova proposta. O acordo conquistado será fundamental na definição das regras para provisionamento e distribuição das próximas
PLRs, pois fizemos o governo quebrar o engessamento dos 4,5%. A negociação começa agora em março, com a categoria em estado de greve e mobilizada.

Temos pela frente o desafio de arrancar até 10 de maio um acordo que garanta regras claras, democráticas e com indicadores justos. Mais do que nunca, a disposição de luta será essencial durante todo o processo de negociação.