Fonte: Jornal a Verdade

 Durante 20 dias, os trabalhadores contratados da empresa NORMATEL ENGENHARIA (terceirizados de uma das subsidiárias da Petrobras chamada LUBNOR – Lubrificantes Derivados do Nordeste) realizaram uma combativa paralisação para garantir o direito do reajuste nos salários de 8% previsto pelo Acordo Coletivo 2012. Desde junho do ano passado, o dono da empresa se nega a pagar o que o seu próprio sindicato (patronal) havia acertado com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil. Exatamente por isso, este último encaminhou à Delegacia Regional do Trabalho uma denúncia e abriu processo na Justiça do Trabalho contra a NORMATEL, ainda em agosto, para garantir o pleno direito dos funcionários.

No período do processo, infelizmente, o Sindicato da Categoria sequer informou aos trabalhadores o que estava acontecendo, o que gerou imensa revolta de todos. No final de 2012, os membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e outros companheiros procuraram o Movimento Luta de Classes após verem uma paralisação dos petroleiros organizada pelo Sindpetro. A partir de então o MLC, junto com uma comissão dos trabalhadores da empresa, encaminhou uma assembleia da categoria no dia 21 de dezembro e realizou uma paralisação de advertência de 1 dia para pressionar o patrão. Na ocasião, a direção da LUBNOR e da NORMATEL bloqueou os crachás de todos e os impediram de entrar após o feriado de NATAL. Vendo o desrespeito da empresa, os mesmos trabalhadores, profundamente indignados, decidiram parar as atividades até o dia 7 de janeiro. Esse era o fim do prazo dado pela Justiça do Trabalho para os patrões apresentarem uma proposta para pagar o aumento.

Mesmo assim, sem nenhuma preocupação com o processo, o patrão marcou a reunião somente para o dia 9 de janeiro. Todos decidiram, então, aguardar a notícia da negociação na porta da empresa. Numa demonstração de muita coragem e combatividade, os 94 funcionários realizaram uma assembleia na entrada do prédio com muita agitação e aguardaram durante 3 horas o resultado da reunião com os responsáveis da empresa. Na mesa de negociação, que contou com a participação de 5 trabalhadores democraticamente eleitos pela assembleia, num ato de cinismo e irresponsabilidade, os representantes da NORMATEL ENGENHARIA informaram que não pagariam o reajuste e esperariam a decisão da justiça. Em virtude da pressão, no entanto, informaram que não cortariam os salários nem a participação no lucro dos empregados e negociariam os dias parados, o que já representou uma vitória.

Serley Leal (MLC) e Emanuel Oliveira (Sindipetro Ce/Pi), Fortaleza, Ceará