O deputado Renato Roseno (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) e da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura da Alece, autor do requerimento para a homenagem, destacou o papel do artista na música cearense. “Essa homenagem representada em Ednardo é um ato de reconhecimento a toda uma geração que deita raízes e lança sementes para a produção musical não só cearense, mas brasileira”, afirmou.
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O parlamentar acrescentou que Ednardo e a geração que ficou conhecida como Pessoal do Ceará, são do Ceará, são do Brasil e são do mundo porque souberam fazer o que é de melhor na música. “As letras de Ednardo sintetizam o local e o universal, o rural e o urbano, o que é urgente o que é perene. Em Ednardo estamos agraciando toda essa geração”, pontuou.
Mesmo afirmando não ser muito de fazer discursos, pois se sente melhor fazendo poesia e música, Ednardo agradeceu pelo reconhecimento de sua obra ao longo desses 50 anos de carreira e disse estar bastante emocionado pela homenagem tão significativa vir com a denominação do grande artista cearense Humberto Teixeira. “Todos olhamos essa terra ardendo qual fogueira de São João e essa terra continua ardendo em tantos fogos diversos, mas nós precisamos acertar o passo para que nos tratem com a dignidade que merecemos”, declarou.
Ednardo ressaltou ainda que mesmo estando “tanto tempo fora da minha terra eu nunca sai dela”. “Eu carreguei o Ceará através de minha música e do meu respeito que são minhas coordenadas existenciais. Que Humberto Teixeira me abençoe com a capacidade de defender o Nordeste, o Brasil e nosso mundo”, disse.
A solenidade contou com apresentações da cantora Luana Floretino, que interpretou a música “Terral”; Lúcio Ricardo, “Flora”; e Mona Gadelha cantou “Ingazeira”. Já Calé Alencar apresentou uma música que compôs em homenagem a Ednardo.
Também participaram da sessão solene, o procurador Geral de Justiça, Manuel Pinheiro Freitas, representando o Ministério Público do Ceará; o secretário do Meio Ambiente do Estado do Ceará, Artur Bruto; o secretário de Cultura de Fortaleza, Elpídio Nogueira; advogado e ex-deputado João Alfredo; os músicos Robson Gomes e Alan Kardec, entre outros artistas, além de representantes do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Ceará, do Movimento Aparecidos Políticos, professores e professoras universitárias e da secretaria de Educação do Ceará, amigos e familiares do homenageado.
CARREIRA
José Ednardo Soares Costa Sousa iniciou a carreira em Fortaleza na década de 1970, juntamente com outros artistas como Belchior, Rodger Rogério, Téti e Amelinha, num movimento que ficaria conhecido nacionalmente como “Pessoal do Ceará”. Ao longo de 50 anos de carreira, lançou 14 álbuns e compôs mais de 300 músicas. Atuou também no cinema e no teatro, onde compôs inúmeras trilhas sonoras.
Em 1979, foi protagonista do movimento “Massafeira Livre”, que reuniu vários artistas cearenses no Theatro José de Alencar, onde foi gravado o disco homônimo, até hoje um dos mais importantes registros da música cearense.
Entre os maiores sucessos de Ednardo, estão canções como “Terral”, “Pavão Mysteriozo”, “Artigo 26”, “Carneiro”, “Beira Mar”, “Enquanto Engomo a Calça” e tantos outros. Suas músicas foram interpretadas por vários cantores da MPB, como Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Amelinha, Vânia Abreu, além de outros.
A Medalha Humberto Teixeira instituída pela lei nº 12.496, sancionada e promulgada pelo então governador Tasso Jereissati, é destinada a agraciar artistas que haja se destacado com o melhor trabalho nas áreas musical e/ou literária.