Iran Gonçalves, presidente do Sindipetro CEP/PI, explica que a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) é a verdadeira vilã pelas constantes altas da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Criada em 2016 pelo governo de Michel Temer, e seguida até hoje por Bolsonaro, o PPI utiliza a variação cambial do dólar e a cotação do barril de petróleo no mercado internacional para precificar os combustíveis no Brasil, ainda são adicionadas taxas de transporte e de importação.
O que não faz sentido, pois o país é autossuficiente em petróleo e com alta capacidade de refino. Desde a implantação do PPI, em 2016, a gasolina que tinha um preço médio de R$ 3,00, passou a ser vendida por R$ 6, um aumento de 100% de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com o gás de cozinha não foi diferente, o seu valor dobrou e hoje é vendido a um preço médio de R$ 100 na região. Somente em 2021, os preços da gasolina e do GLP tiveram reajustes nas refinarias de mais de 50% e 38%, respectivamente.
Outro combustível que influencia e muito na vida dos brasileiros é o óleo diesel. No país, cerca de 75% de toda a carga movimentada passa pelas rodovias. O último reajuste do combustível foi no dia 28 de setembro com aumento de 8,9%, no ano já acumula alta de 50,9% nas refinarias, o que é repassado para toda a cadeia de distribuição, impactando no preço final de diferentes produtos. A Petrobras é uma empresa de economia mista e tem o governo federal como seu maior acionista, por isso manter o PPI se trata de uma decisão política, que beneficia a um pequeno grupo de acionistas em detrimento do povo brasileiro.
Curiosamente, desde que o PPI foi implantado, o governo também reduziu a sua capacidade de produção de derivados nas refinarias do país e passou a importar mais combustível do exterior. Essa estratégia faz parte do processo ardiloso de sucateamento que tem a intenção de facilitar a privatização das refinarias.