Novo pagamento de dividendos extraordinários de R$ 20 bilhões gera incertezas quanto à velocidade do avanço da companhia em direção a rotas tecnológicas de baixo carbono. “O volume de investimentos para essa área alcançou R$ 53,9 bilhões nos nove primeiros meses do ano. O total de dividendos pagos em 2024, até agora, é de R$ 64,5 bilhões, superior, inclusive, ao lucro líquido registrado no período”, aponta Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

 

O anúncio dos dividendos foi feito pela petroleira na noite de quinta-feira, 21, junto à divulgação do Plano Estratégico 2050 e o Plano de Negócios 2025-2029. “A Petrobrás precisa romper com uma visão de curto prazo e orientada à distribuição de dividendos bilionários aos acionistas, é papel da companhia acelerar os investimentos em direção à transição energética justa e contribuir para a garantia da segurança energética nacional, que é urgente”, acrescenta Bacelar.

 

O coordenador-geral da FUP, porém, reconhece que houve avanços significativos. “A diversificação do portfólio, com investimentos previstos em novas rotas tecnológicas – etanol, biorefino, biodiesel, biometano, hidrogênio de baixo carbono etc – é um bom sinal, além da ampliação dos recursos previstos em descarbonização e em pesquisa, desenvolvimento e inovação”, sinaliza.

 

“A FUP se manterá alerta à trajetória dos dividendos da Petrobrás e demandará mais e novos investimentos”, diz ele, lembrando que a Federação entregou à Magda Chambriard, em agosto deste ano, um documento reforçando a importância do resgate da Petrobrás como empresa pública, voltada para os interesses nacionais e da sociedade brasileira, comprometida com a valorização dos trabalhadores, que são a base da reconstrução da empresa.

 

[Da assessoria de imprensa]