Lideranças sindicais e de movimentos sociais enfatizaram a importância da unidade da classe trabalhadora e do campo da esquerda para avançar nas lutas sociais e sobretudo derrotar a agenda negacionista e ultraconservadora da extrema direita

[Da comunicação da FUP | Fotos: Wellington Lenon / MST]

O Centro Cultural do Assentamento Contestado, no Paraná, é palco dos debates da 11ª Plenária Nacional da FUP, cuja solenidade de abertura foi realizada na tarde desta terça-feira, 27, com a presença de diversas lideranças sindicais e de movimentos sociais. O Casarão era sede da antiga Fazenda Santa Amélia, área remanescente do período colonial e imperial, que desde 1999 é ocupada por famílias de agricultores do assentamento do MST, onde também funciona a Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA).

Amandha Felix, da Direção Política da ELAA e do MST no Paraná, emocionou as delegações da Plenafup, ao enfatizar a importância da unidade da classe trabalhadora nas lutas pelo direito à terra. Ela foi uma das integrantes da mesa de abertura e, em sua saudação às petroleiras e aos petroleiros, agradeceu a solidariedade da categoria e as reformas realizadas na escola, que completou 19 anos nesta terça. “Por meio da nossa luta diária pelo acesso à terra, a gente encampa várias outras lutas, como estamos fazendo agora, recebendo e acolhendo vocês e outros sujeitos políticos que estão travando lutas no espaço urbano”, afirmou.

As falas das demais lideranças que saudaram os participantes da 11ª Plenafup também foram no sentido de reforçar a importância da unidade dos trabalhadores e do campo da esquerda para avançar nas lutas sociais e sobretudo derrotar a agenda negacionista e ultraconservadora da extrema direita.

Mística do MST na Plenafup reforçou solidariedade de classe entre trabalhadores do campo e da cidade | Foto: Wellington Lenon / MST

Robson Fornica, da Coordenação Nacional do MAB, reforçou que é em espaços como a ELA que a “classe trabalhadora se educa e se emancipa” e que é “preciso insistir e persistir na construção da nossa unidade”, buscando sempre “coesão e estratégia no que nos une”, como as agendas de luta em defesa da soberania, da reestatização e do enfrentamento às mudanças climáticas.

“Acreditamos na aliança entre os trabalhadores do campo e da cidade na construção da soberania alimentar e da soberania energética e nada mais justo estarmos em um local que não só discute a importância disso, como pratica a agroecologia”, afirmou Anderson Amaro, da Coordenação Nacional do MPA. Ele ressaltou ainda a importância da “reabertura da Fafen PR para nós que dependemos dos fertilizantes na agricultura”.

A solenidade de abertura da 11ª Plenafup contou ainda com a presença do presidente da CTB, Adilson Araújo, do secretário-geral da CUT, Renato Zulato, e do presidente do Sindipetro PR/SC, Alexandro Guilherme Jorge, sindicato anfitrião do evento. “Celebrar é muito bom, mas resistir é melhor ainda”, afirmou Araújo, referindo-se à reabertura da Fafen e aos 30 anos da FUP. “A capacidade de pensar grande é saber que podemos fazer mais e melhor e promover as transformações do nosso tempo”, emendou.

Já o secretário-geral da CUT lembrou que a entidade completa 41 anos nesta quarta, dia 28/08, e que os petroleiros sempre estiveram juntos com a central desde a sua fundação. “Essa plenária trata de temas muito importantes em relação aos direitos da categoria e da reconstrução da Petrobrás como empresa integrada, mas tem um tema que considero muito especial, que é a transição energética justa, pois nós trabalhadores estamos construindo uma proposta para que o presidente Lula apresente no G20”, lembrou.

“Somos todos classe trabalhadora”, afirma presidente do Sindipetro PR/SC

Em seu discurso de encerramento da cerimônia, o presidente do Sindipetro PR/SC saudou os trabalhadores recontratados da Fafen que estavam presentesà na cerimônia de abertura da Plenária, lembrando da luta enfrentada pela categoria desde a greve de fevereiro de 2020. “Infelizmente, não são todas as lutas que a gente faz que, por mais combativos que sejamos, a gente sai vitorioso naquele momento. Mas, o que a gente fez de lá pra cá foi continuar perseverando. E perseveramos, perseveramos e lutamos, incomodamos, fizemos tudo o que podíamos fazer e não temos dúvida alguma de que o que levou a gente a mudar essa situação foi eleger o presidente Lula e poder com um novo projeto de país, um novo projeto pra Petrobrás, estar voltando para o setor de fertilizantes, com a reabertura da fábrica, mas também com a perspectiva de retomada das FAFENs Bahia e Sergipe e terminar a Fafen Mato Grosso do Sul”, afirmou Alex.

Ele lembrou a emoção do ato com o presidente Lula em Aruacária e o quanto isso reforça a importância da unidade da classe trabalhadora, na conquista de mais de 3 bilhões de investimentos para a Fafen e a Repar, com geração de milhares de empregos. Alex destacou ainda que os debates que serão realizados na plenária na ELAA, 15 anos após a primeira Plenafup no local, “não é para nós somente, não é em função do que a gente quer, precisa e almeja para nós, mas é porque a gente tem uma herança de pessoas que lutaram e não estão mais por aqui”, lembrando dos ex-diretores da FUP, Luiz Lourenzon e Silvaney Bernardi, já falecidos. “Em nome deles, faço o resgate da memória de tantos e tantas guerreiros e guerreiras que vêm construindo o movimento sindical petroleiro”.

O presidente do Sindipetro PR/SC encerrou a sua fala fazendo alusão ao tema da Plenafup, “Juntos somos mais fortes: em defesa da Petrobrás integrada”. Ele reforçou que a categoria petroleira vai muito além da estatal. “Nós temos a obrigação de representar muito bem todos os trabalhadores da Petrobrás, da Transpetro, da TBG, da PBio, da Fafen, de todas as subsidiárias, mas também trabalhadoras e trabalhadores do setor privado, respeitando essa herança de tudo o que recebemos. Somos todos classe trabalhadora”, afirmou.

11ª Plenafup prossegue até sexta, 30

Confira a programação dos próximos dias:

Dia 28/08

7h às 8h – Café da manhã

8h – Mesa 2 – Conjuntura Internacional: Direita e Esquerda no mundo

Edson Bagnara, da Direção do MST
Ricardo Abreu de Melo, diretor da Fundação Maurício Grabois

11h30 – Almoço

13h – Mesa 3 – Petrobrás integrada: Modelos possíveis

José Sérgio Gabrielli (Ineep)
Adilson Siqueira – Escritório de Advocacia Normando Rodrigues

15h30 – Intervalo

16h – Mesa 4 – Transição Energética Justa, Machismo e Racismo Energético e Ambiental

Michelle Ferreti (Instituto Alziras)
Mahatma Ramos (Ineep)

19h – Jantar

Dia 29/08 

7h às 8h – Café da manhã

8h – Mesa 5 – Lutas da Categoria e Negociações em andamento

10h – Grupos de Trabalhos

1. GT Sistema Petrobrás e Setor Privado;
2. GT Temas a serem negociados (PLR, Plano de Cargos, Acordo de parada);
3. GT Condições de trabalho (SMS, Regime, Alimentação)
4. GT Petros e AMS
5. GT Organização Sindical

12h- Almoço

13h – Continuação dos GTs

19h – Jantar

Dia 30/08

7h às 8h – Café da manhã

8h – Plenária final

11h30 – Almoço

13h – Saída dos ônibus para o Sindiquímica PR

14h – Cerimônia de 30 anos da FUP

16h – Encerramento e confraterniziação