1.HISTÓRIA DA BASE DE PARACURU
A Base de Apoio Paracuru – BAP foi construída pelo então DPBP – Distrito de Produção da Bacia Potiguar, na estrutura administrativa da PETROBRAS nos anos 70 a Região de Produção do Nordeste Setentrional – RPNS possuía dois Distritos principais o DIGUAR – Distrito de Produção da Bacia Potiguar e o DPBP – Distrito de Perfuração da Bacia Potiguar, este fundado em 1979.
No inicio das perfurações marítimas no Ceará Mar as operações portuárias para apoio às PAs ( Plataformas Auto-Elevatórias), ao NT-5 ( Navio Tender Nº5) em PXA-01 e a SM-04 ( Sonda Modulada Nº 4) em PCR-1 eram realizadas a partir do Porto do Mucuripe em Fortaleza. Ainda não existia o Porto do Pecém que seria inaugurado somente no ano de 2002.
As operações dos portos possuem ordens de prioridade operacional, a primeira prioridade são os navios ou embarcações da Marinha do Brasil, a segunda prioridade são as embarcações da Marinha mercante, incluindo embarcações de cabotagem ou navios cargueiros, graneleiros, etc. As operações de embarcações a serviço da PETROBRAS eram relegadas a uma terceira prioridade.
Nos navios envolvidos na faina de cargas ou granéis, existe uma previsibilidade, o navio está em um porto e durante sua operação, são programados os próximos destinos, e as agencias marítimas providenciam junto a operadora do porto as ações necessárias às operações, data de chegada da embarcação, calado, porte, boca, material transportado, necessidade de capatazia, programação da praticagem para realizar a acostagem, etc.
Nas embarcações a serviço da PETROBRAS dependem do ritmo das perfurações, devido ao reduzido espaço disponível nas sondas ou plataformas, somente o material de perfuração que vai ser usado ou programado permanece a bordo, operações complementares como pescaria, perfilagem, cimentação, ou embarques de materiais adicionais para lama por exemplo, betonita, barintina, cloreto de potássio (KCL) embarcam a medida que sua necessidade é identificada. Além disso, operações especiais que envolvem injeção de nitrogênio, acidificação, etc, compõem um universo de materiais que precisam ser embarcados de imediato, de forma a evitar que uma sonda possa parar por falta de material. Em resumo a operação offshore requerida pelas operações da PETROBRAS, mesmo com alguma previsibilidade conflitam com as operações programadas dos navios da marinha mercante.
Em função de reduzir o tempo de vôo das aeronaves a serviço da PETROBRAS que no auge das operações, alcançou a marca de 02 helicopteros Bell 212 e 04 Helicopteros Bell 206, com uma frequência de até 9 voos diários, e de forma a reduzir as operações aéreas via Aeroporto Pinto Martins a PETROBRAS adquiriu um terreno ao lado da Estrada de São Pedro e construiu um heliporto que poderia operar até 04 helicópteros simultaneamente, inclusive com abastecimento.
Com a identificação dos diversos problemas, e a necessidade de embarque marítimo de pessoal nas lanchas (crew-boats) a PETROBRAS decidiu pela aquisição de um terreno, na praia da Pedra Rachada em Paracuru, onde foi construída a Base e o Pier de apoio. Além das áreas de retro-porto e galpões, foi construída uma sede administrativa com dormitórios, refeitório, cozinha industrial, enfermaria, salas administrativas, oficina, etc, além de gerador, bomba de incêndio e outras facilidades.
Para acesso à base, foi realizada pela PETROBRAS uma ampliação da estrada de São Pedro (distrito de Paracuru), para que as carretas e caminhões de apoio pudessem transportar as cargas até a base.
Posteriormente, foi construída a Estrada das dunas, uma estrada com menor extensão, totalmente construída pela PETROBRAS atravessando as dunas, e restrita ao transporte de veículos leves, isso evitava também a exposição dos veículos leves ao tráfego de carretas com equipamentos pesados. Esta estrada foi liberada para o tráfego publico aproximadamente em 1994.
Para garantir o suprimento de água potável para as sondas e plataformas, foi identificada uma lagoa perene , onde foi construída uma estação de bombeamento e uma tubulação adutora, que inicialmente bombeava a água através de mangotes até um ponto chamado de boca do poço. Havia uma bóia posicionada a 300 metros da praia, e a linha de mangotes chegava até a esta boia. Os rebocadores atracavam na boia e conectavam os mangotes com os tanques das embarcações. Um operador ficava na estação com um rádio e a embarcação solicitava o inicio e o final do bombeamento.
Quando a Base foi construída, foi construída uma linha de água alternativa substituindo o esquema instalado na boca do poço, passando os abastecimentos a serem realizados no píer. Foi mantida a estação de captação e bombeamento na lagoa mas instalados tanques e sistema de água potável na base, possibilitando alimentar a base e também abastecer rebocadores através do píer de Paracuru.
Com a conclusão do píer a instalação de uma gang-way basculante, o transporte de passageiros foi totalmente transferido para a Base de Paracuru, reduzindo significativamente o tempo de transbordo. Enquanto na operação pelo porto do Mucuripe as lanchas saiam às 05:30 hs para a troca de turmas e chegavam por volta de 19:00 Hs, a operação pelo píer de Paracuru se transformava em uma viagem de 01:30 hs ou 02:30 hs a depender do tipo de embarcação.
As operações do heliporto na entrada de Paracuru se estenderam até o final das obras de instalação das plataformas sendo a PAT-03 a ultima unidade a entrar em operação em 1998. Com a redução das atividades de perfuração e das grandes obras, a frota de helicópteros passou a operar somente 01 aeronave a partir do heliponto na Base de Paracuru, eventualmente quando uma nova unidade de perfuração se deslocava, era designada uma aeronave adicional para suporte.
Com as reestruturações da PETROBRAS em meados dos anos 90, e com as hipóteses alternativas propostas pelo grupo de estudo do Painel do Ceará apresentado em 1992, e implementadas ao longo da década de 90, o DPBP foi desativado em 1994 e a Base de Apoio foi cedida para a RPNS, passando a receber as atividades administrativas remanescentes do NUPROCE a partir de novembro de 1996. Toda a estrutura do DPBP foi desativada e enviada para a base de Mossoró.
No período de 1996 a 2003 a sede administrativa do NUPROCE ocupou a área da base, bem como, utilizou os galpões e área de materiais para armazenagem dos materiais do E&P.
Ao longo de vários anos, as operações de embarque e desembarque de cargas e passageiros via marítima e aérea foram realizadas a partir da Base de Paracuru.
Aproximadamente a partir de 2015 as operações da Base passaram a serem administradas pela US-LOG.