O presidente do Sindipetro Ceará/Piauí, Fernandes Neto, entregou na posse da presidenta da Petrobrás, Magda Chambriard, que contou com a presença do presidente Lula uma carta em defesa dos investimentos da empresa no Ceará. Confira abaixo:

À Senhora,

Magda Chambriard

Presidenta da Petrobras

Prezada, o Sindipetro CE/PI, em nome dos petroleiros da ativa e aposentados, saúda e parabeniza sua indicação à presidência da Petrobrás. Para nós, é sempre um motivo de satisfação que funcionários de carreira ascendam aos cargos decisórios da
Companhia. Temos plena convicção, que caso seu mandato tenha compromisso com o projeto desenvolvimentista e progressista vencedor das urnas do presidente Lula, será bastante exitoso. Desejamos sorte e colocamo-nos à disposição para contribuir em todos os
projetos que representem aumento e perenidade das atividades da Petrobrás no Ceará, tendo como premissa a conservação ambiental, segurança e saúde dos empregados e comunidades do entorno.

O Estado do Ceará, como uma das unidades federativas que mais apoiou a reeleição do presidente Lula (69,97% dos votos válidos nas últimas eleições), sofreu represálias e impactos incomensuráveis desde o golpe contra a presidenta Dilma. Os ativos da Petrobrás
no Ceará que sempre foram interdependentes e sinérgicos foram desmantelados. A usina de biodiesel de Quixadá e as plataformas marítimas de Paracuru seguem hibernadas, os poços terrestres de Icapuí foram vendidos, o terminal de regaseificação do Pecém foi doado,
impactando a sobrevida da TermoCeará e a Lubnor passou por um longo e sofrido processo de desinvestimento até rescisão do contrato de venda. Os municípios sofreram com redução de arrecadação e desemprego, petroleiros foram transferidos e famílias destruídas. A saúde
física e mental dos empregados foi enormemente impactada, gerando afastamentos em série por síndrome de bournout, depressão, ansiedade e estresse. O sindicato sofre com redução da sua base.

Urge portanto, recuperar a Petrobrás no Ceará não apenas por uma correção histórica, mas por toda importância que o Ceará tem para o Brasil. Fortaleza é a 4ª maior cidade do Brasil e tem o maior PIB do Nordeste. Um dos maiores destinos turísticos do país.
É inadmissível não termos produção própria de gasolina, diesel automotivo e querosene de aviação. Investimentos nesse sentido merecem ser estudados e o potencial de retorno para a companhia é gigantesco. Nossas reservas petrolíferas seguem pouco conhecidas, apesar
da margem equatorial que abunda nosso litoral e dos poços pioneiros exploratórios já perfurados que ainda aguardam plataformas (poços Pecém e Canoa quebrada, 1-BRSA-1080-CES e 1-BRSA-1114-CES). Não podemos aguardar e correr riscos de um novo avanço
da extrema direita no Brasil em 2026.

Nesse sentido, o Sindipetro CE/PI, respeitosamente vem solicitar que sejam demandados esforços da Companhia para acelerar estudos e projetos dos seguintes ativos:

1) Lubnor: Transformar a unidade na primeira refinaria da Petrobras Carbono Zero
com foco no co-processamento de óleos vegetais, gerando hidrogênio verde a
partir da energia solar fotovoltaica; biorefino com um novo HDT dedicado
produzindo óleo diesel automotivo verde e bioQAV. Blend com biodiesel para
redução das emissões do bunker.

2) Usina de Biodiesel de Quixadá: Revamp da unidade utilizando os recursos
disponíveis nas verbas de desenvolvimento de tecnologias da ANP, reabertura
com operação dos antigos empregados compulsoriamente transferidos. A
unidade poderá viabilizar seu funcionamento abastecendo Lubnor e Rnest nos
futuros projetos de biorefino, garantindo sua sustentabilidade. Além de fornecer
biodiesel para a operação da TermoCeará.3) Terminal de Regaseificação do Pecém; Consulta jurídica para reaver o ativo
doado para a Portocem e que continua hibernado. O fechamento gerou impactos
na TermoCeará que fica prejudicada na participação em leilões futuros,
competindo apenas com diesel. Retornos dos empregados transferidos.

4) TermoCeará: Garantir a participação competitiva nos próximos leilões de
energia com diesel ou preferencialmente GNL. Reativar Terminal de
regaseificação do Pecém ou reinjetar no gasoduto em Suape ou Guamaré para
garantir a viabilidade econômica no leilão.

5) Plataformas marítimas no Ceará: estudar a potencialidade dos poços
profundos e Margem Equatorial no Ceará, contando com as antigas plataformas
de Paracuru como bases de apoio ou utilizar tais instalações para reinjeção de
CO2 proveniente de térmicas e siderúrgicas do Pecém.

6) Aposentados: Refazer estudos para acabar permanentemente com os planos
de equacionamento da Petros. Reavaliar pendências históricas da Petrobras
com a Petros. Limitar a margem consignável (Petros + APS) para garantir uma
vida digna para os ex-empregados que tanto contribuíram com o crescimento da
Petrobras.

Reiteramos nossa disposição ao diálogo como premissa, contribuindo assim para melhoria das condições de trabalho e produtividade nas unidades da Petrobrás no Ceará.

Desde já, agradecemos sua atenção e nos colocamos à disposição para sanar quaisquer dúvidas complementares.
Atenciosamente,
____________________________
Francisco Antonio Fernandes Neto
Presidente Sindipetro CE/PI

[Da comunicação da FUP]

A FUP participou nesta quarta-feira, 19, do evento de posse da presidenta da Petrobrás, Magda Chambriard, que contou com a presença do presidente Lula, da primeira dama, Janja, de oito ministros de Estado, dos presidentes da CEF, do Banco do Brasil e do BNDES e de várias outras autoridades. Com seus jalecos laranja, dirigentes sindicais petroleiros de vários estados marcaram presença no auditório do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), com palavras de ordem em defesa da reconstrução da estatal e cartazes cobrando o fim dos Planos de Equacionamentos dos Déficits da Petros (PEDs).

O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, participou da cerimônia, ressaltando em sua fala a necessidade de recuperar a dignidade dos petroleiros que ajudaram a construir a Petrobrás e hoje sofrem com a corrosão de suas aposentadorias, em função dos descontos abusivos.

“Nós temos pessoas que fazem essa grande empresa, que são os trabalhadores e as suas trabalhadoras, pessoas que foram atingidas e sofreram muito ao longo dos seis anos que foram a tragédia dos governos Temer e Bolsonaro, principalmente os nossos aposentados e pensionistas, que muitos deles e delas, infelizmente, não conseguem nem ter a aposentadoria no final do mês”, afirmou o coordenador da FUP.

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Ao final do evento, Bacelar e o coordenador da FNP, Adaedson Costa, entregaram à presidenta da Petrobrás e ao presidente Lula o dossiê elaborado pelas entidades que integram o Fórum em Defesa dos Participantes e Assistidos da Petros. O documento resgata toda a trajetória do Plano Petros e faz um diagnóstico dos PPSP-R e PPSP-NR, apresentando as alternativas que foram construídas pelas entidades no GT Petros para solucionar os problemas estruturais dos planos e acabar com os equacionamentos.

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Reconstrução da Petrobrás

Em seu discurso, o coordenador da FUP ressaltou a importância da presença dos principais ministros de Estado e de diversas autoridades na posse da presidenta Magda Chambriard, o que demonstra o compromisso do governo Lula com a retomada do crescimento da estatal.

“Sabemos a necessidade que a empresa tem de voltar a investir aqui no Brasil… a Petrobrás não deve ser essa fábrica de gerar dividendos”, enfatizou Deyvid Bacelar, ressaltando o apoio da federação e de seus sindicatos aos compromissos assumidos por Chambriard de “movimentar a Petrobrás porque ela impulsiona o PIB do país” e de “gerir a empresa com respeito à sociedade brasileira”, como a presidenta reforçou em seu dircurso de posse.

“Concordamos plenamente com os desafios que a presidenta da Petrobrás elencou, de aumentar a capacidade de refino; de retomada das obras que foram paralisadas pela operação Lava Jato, em tempo mais urgente e mais célere porque o Brasil precisa disso; de termos uma transação energética justa e dialogada com as comunidades que são impactadas, com os trabalhadores e trabalhadoras; do retorno da empresa à petroquímica e (ao setor de) fertilizantes, com o processo de reabertura da Fafen PR”, afirmou o líder petroleiro.

“Temos também a concordância com a Petrobrás voltando a ser indutora da economia e da indústria nacional brasileira, principalmente a indústria naval, que foi combalida pela operação Lava Jato e que até hoje nós ainda não temos encomendas da Petrobras aqui no Brasil, gerando emprego e gerando renda para o povo brasileiro”, ressaltou Bacelar.

“Estamos juntos com a presidenta para que façamos da Petrobrás essa locomativa que move o Brasil e para a reestatização que precisamos fazer das refinarias que foram privatizadas”, concluiu o coordenador da FUP.