O Coletivo de Mulheres da FUP completa 12 anos de existência com diversas vitórias, que são resultado da organização sindical das trabalhadoras petroleiras. O avanço da representação feminina nas diretorias dos sindicatos e da FUP está diretamente relacionado às conquistas das mulheres nos Acordos Coletivos de Trabalho do Sistema Petrobrás e das empresas do setor privado.
No XIX Congresso Nacional da FUP, realizado em agosto de 2023, as mulheres petroleiras alcançaram o percentual inédito de 25% de representação na diretoria colegiada, garantindo nove vagas. Elas também dobraram a participação na titularidade da diretoria da FUP, que passou a ter quatro petroleiras, duas a mais em relação à composição da gestão anterior.

Soma-se a isso, o fato histórico de mulheres petroleiras comandarem hoje grandes sindicatos da FUP, além de fazer parte da diretoria executiva da FUP. São elas: Miriam Cabreira, que preside desde fevereiro de 2022 o Sindipetro Rio Grande do Sul, Elizabete Sacramento, que assumiu em agosto de 2023 a Coordenação-Geral do Sindipetro Bahia; Cibele Vieira, eleita em junho de 2023 a nova coordenadora do Sindipetro Unificado do estado de São Paulo e Patricia de Jesus que é vice coordenadora do Sindipetro Espírito Santo e coordenadora do Coletivo de Mulheres Petroleiras. Também fazem parte da direção da FUP como Suplentes Barbara Bezerra, do Norte Fluminense e Nalva Faleiro do Rio Grande do Sul. E no Conselho Fiscal estão Cristiane Fogaça do Paraná e Santa Catarina, Deborah Simões, do Norte Fluminense e Soégina Alves, do Rio Grande do Norte.

Cota fortaleceu luta por representação

Desde a sua fundação, em 1994, a FUP nunca havia tido mais de uma mulher na diretoria e, quando teve, na grande maioria das vezes, foi em cargo de suplência. O cenário mudou em 2017, quando o 17º CONFUP aprovou a aplicação de cota mínima para as trabalhadoras, garantindo oito vagas para as mulheres petroleiras no mandato de 2017-2020, o que representou 22% da composição da Diretoria e do Conselho Fiscal da FUP.

Em sua dissertação de mestrado, “Essa fala foi dela companheiro: o pé na porta e a participação das mulheres na Federação Única dos Petroleiros”, a pesquisadora Mariana Velloso reconstituiu em 2020 a história dessa luta, ao investigar as relações estruturais e subjetivas que marcaram a participação das mulheres na principal organização sindical da categoria petroleira. “As mulheres já construíam o movimento sindical há anos e, apesar disso, não tinham espaço para atuação junto à entidade antes da implementação das cotas”, explicou, em entrevista que concedeu na época ao portal da FUP.

A importância do Coletivo de Mulheres Petroleiras na organização e fortalecimento das trabalhadoras nos espaços sindicais é enfatizada na pesquisa. “Além do fortalecimento dos pleitos pelas cotas e o aumento efetivo da presença de mulheres na militância sindical petroleira, o Coletivo promove a integração nacional, o que fortalece as dirigentes também a nível local, dentro de seus próprios sindicatos”, apontou Mariana.