A Federação Única dos Petroleiros enviou oficio à Petrobrás e Transpetro mantenha com o governo do Estado a o terminal Flutuante de Regaseificação de Gás Natural (FSRU), conhecido como terminal de GNL do Pecém, entre outros assuntos.

Confira o ofício completo:

Petróleo Brasileiro S.A – Petrobrás
Jean Paul Prates – Presidente
Claudio Romeo Schlosser – Diretor Executivo de Logística, Comercialização e Mercados
Mauricio Tolmasquim – Diretor Executivo de Transição Energética e Sustentabilidade
A Petrobrás Transporte S.A – Transpetro
Sérgio Bacci – Presidente e Diretor de Serviços

Assunto: Terminal de Pecém

Prezados (as),
Em 2009, durante o segundo governo do Presidente Lula, a Petrobrás construiu no Porto de Pecém, no estado do Ceará, a estrutura necessária para a operação de um Terminal Flutuante de Regaseificação de Gás Natural (FSRU). Conhecido como terminal de GNL do Pecém, possui capacidade de regaseificação de 14 milhões de m3 de Gás Natural Liquefeito (GNL) por dia, e um gasoduto de integração de 20 Km de extensão que conecta essa unidade a malha de transporte e distribuição de gás para as indústrias e residências da região.

Esse terminal, foi determinante para que o Brasil ultrapassasse as crises hídricas dos últimos anossem a ocorrência de um apagão como ocorrido em 2001 durante o governo FHC. Quem pensa que essa realidade hídrica mudou, está enganado! Segundo a Associação Brasileirade Geradores Termelétricos (ABRAGET), a crise hídrica enfrentada pelo Brasil em 2021 – a pior seca dos últimos 91 anos — obrigou o país a acionar todas as termelétricas. Especialistas afirmam que o acionamento integral de todas as usinas termelétricas durante o segundo semestre de 2021 foi determinante para que o país não passasse por um novo racionamento de energia elétrica ((https://abraget.com.br/2022/07/14/em-crise-energetica-global-brasil-mede-espaco-para-usinastermicas/).

O Terminal de Pecém, operado pela Petrobras, é responsável pelo abastecimento de Gás Natural de 3 usinas termelétricas atendidas pela Petrobras nos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte, que juntas possuem potência de 850 MW: cerca de 40 % da demanda desses dois estados, energia suficientepara abastecer mais de 3,5 milhões de residências.

O presidente Lula em sua vitoriosa campanha de 2022 sempre pontuou que iria recolocar a Petrobrás no seu papel estratégico e social para o país e sociedade.
Contudo, a Petrobrás mantém o plano de desmobilização do Terminal de GNL do Pecém, iniciado pela diretoria do governo Bolsonaro.

O modelo pensado e implantado pelo (des)governo Bolsonaro, de transformar a Petrobrás em uma mera produtora de petróleo e com atuação apenas na região Sudeste tem que ser interrompido. O terminal de GNL do Pecém é um dos últimos ativos da Petrobrás que restam no Nordeste. Seuencerramento vai significar também a venda das usinas Termoceará e Vale do Açu.

Apesar do compromisso assumido pelo presidente Lula com a região Nordeste, referendado deforma esmagadora pelos eleitores nas urnas e, posteriormente, pelo atual presidente da Petrobrás de que a companhia irá continuar no Nordeste, muito nos preocupa o andamento dos projetos entreguistas. Os Gerentes Executivos e Gerentes Gerais foram mantidos e continuam com o plano iniciado durante a gestão entreguista do governo Bolsonaro de se desfazer de ativos estratégicos e fundamentais
para a soberania nacional, incluindo o término da operação do FSRU de Pecém e a venda de várias termelétricas da Petrobrás (chamado projeto Goytacazes II).
Manter o projeto Goytacazes ll significa trair a grande maioria do povo nordestino, bem como desobedecer a diretriz, repetida várias vezes pelo Presidente Lula, sobre o papel da Petrobrás na região Nordeste e no Brasil.

Dentro desse contexto, solicitamos que a Petrobrás:

➢ Cancele todos os projetos de desinvestimento do G&E, incluindo o Goytacazes II;

➢ Inicie urgentemente estudos de expansão e modernização dos seus 13 ativos termelétricos com foco em aumento de eficiência e atualização tecnológica;

➢ Participe dos leilões de energia já divulgados pelo Ministério de Minas Energia-MME através da Portaria n° 57/GM/MME. Garantindo uma empresa de energia integrada, propulsora do desenvolvimento em todo território nacional;

➢ Realize uma reunião com a FUP, com a presença do diretor executivo de Transição Energética e
Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim, sobre o assunto.