No mês em que os preços dos combustíveis alcançaram o maior valor do século e em que o litro da gasolina nas bombas chegou a R$ 7,999 no Rio Grande do Sul, após a quinta alta consecutiva, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) revela que o governo de Jair Bolsonaro, que nada faz para reduzir os preços, deverá arrecadar cerca de R$ 70,1 bilhões até o final deste ano por meio do aumento da arrecadação, dividendos e royalties oriundos do setor de combustíveis.

 

“O governo está numa posição muito confortável. Nunca arrecadou tanto na área de óleo e gás como hoje em dia”, disse o diretor do CBIE, Adriano Pires, ao G1. 

Enquanto Bolsonaro engana a população culpando os estados pelos preços abusivos, a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) na Petrobras, implantada pelo ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) e mantida pelo atual presidente, segue corroendo o poder de compra dos trabalhadores, impactando na inflação e enchendo os cofres da União de dinheiro.

Leia mais: Entenda por que Bolsonaro e Temer são os culpados pela alta dos combustíveis

Os preços abusivos não são por causa dos percentuais do Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS) dos combustíveis, como Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) , dizem e, sim da PPI que acompanha a cotação do dólar e os preços internacionais dos barris de petróleo.  

Leia mais: Câmara adere a falsa tese de Bolsonaro e aprova mudança do ICMS sobre combustíveis

Até setembro, segundo estimativa do CBIE, a  União arrecadou cerca de R$ 15,2 bilhões, por meio dos tributos federais (Pis e Cofins). Até o final deste ano, outros R$ 23 bilhões serão originários de dividendos da Petrobras, que tem o governo federal como principal acionista. Já R$ 31,9 bilhões virão de participações especiais e royalties. Ao longo de 2020, foram arrecadados R$ 36,2 bilhões por meio dessas fontes de recursos. 

Quanto mais a gasolina aumenta, mais recursos vão para o governo Bolsonaro e mais o povo brasileiro perde por não conseguir sequer encher um tanque de combustível para trabalhar e quem depende do transporte público sofre com aumentos nas tarifas. A prefeitura de São Paulo, por exemplo, anunciou que deve reajustar os preços, sem ,no entanto, dizer o índice.  Atualmente as tarifas na capital paulista do ônibus urbano e do metrô custam R$ 4,40.

Com o último reajuste que a Petrobras anunciou nas refinarias, o preço médio da gasolina nos postos de combustíveis do país subiu 2,25% na semana passada, chegando a R$ 6,710 o litro, de acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira (8) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Já o óleo diesel custa, em média, R$ 5,339, e o etanol, R$ 5,294.

Confira a média dos preços levantados pela ANP nos estados:

  • Acre (R$ 7,600);
  • Alagoas (R$ 7,198);
  • Amazonas (R$ 7,350);
  • Bahia (R$ 7,299);
  • Ceará (R$ 7,190);
  • Distrito Federal (R$ 7,499);
  • Espírito Santo (R$ 7,090);
  • Goiás (R$ 7,399);
  • Mato Grosso (R$ 7,230);
  • Minas Gerais (R$ 7,599);
  • Pará (R$ 7,250);
  • Paraná (R$ 7,300);
  • Pernambuco (R$ 7,439);
  • Piauí (R$ 7,299);
  • Rio de Janeiro (R$ 7,749);
  • Rio Grande do Norte (R$ 7,299);
  • Rio Grande do Sul (R$ 7,999);
  • Rondônia (R$ 7,030);
  • São Paulo (R$ 7,399);
  • Tocantins (R$ 7,129).

 Leia mais: Senado quer barrar aumentos abusivos dos combustíveis cobrados pela Petrobras