Até a onde vai a irresponsabilidade da gestão Castello Branco e seus asseclas a frente da Petrobrás nessa pandemia?

Semana passada, o campo de Xaréu foi completamente desabitado depois que vários trabalhadores apresentaram sucessivamente os sintomas do Covid-19. Na última segunda-feira (11/05), o resultado dos exames saiu: 42 dos 45 testados testaram positivo.

No último domingo (10/05), mais um trabalhador apresentou sintomas. Ele estava no campo de produção de CURIMÃ e foi desembarcado. Dois outros que compartilhavam a sala de trabalho e o alojamento ainda continuam embarcados.

Já na última terça-feira (12/05), a programação de troca de turma seguiu normalmente, apesar de todos os alertas e solicitações do sindicato quanto a imperiosa necessidade de mudança na política sanitária frente a pandemia do coronavírus. Toda a área de produção do mar do Ceará (concessão e operação 100% Petrobrás) está totalmente parada, sem produzir uma gota de petróleo desde o fatídico dia da decretação da hibernação de todos os campos de águas rasas da companhia, em 26 de março.

ENTÃO, O QUE HÁ DE ESSENCIALIDADE NA ATUAL ATIVIDADE OFFSHORE QUE POSSA JUSTIFICAR O RISCO FRENTE A PANDEMIA?

As representações sindicais dos trabalhadores vem seguidas vezes desde o começo fazendo todo tipo de tratativa informal e formal, administrativa e judicial para corrigir os desmandos, a ausência de democracia e transparência e a truculência das “lideranças” da companhia.

 A todo momento temos a confirmação ‘POSITIVA’ de toda a cadeia gerencial para a letargia, a inépcia, a irresponsabilidade e quando não necessariamente para a canalhice, dão incontestavelmente para capacho de uma política que já vitimou mais de 800 trabalhadores no sistema Petrobrás.

Permeia entre a força de trabalho um misto de perplexidade e revolta, insegurança, ansiedade e o medo que beira o próprio pânico diante do risco grave e iminente de contágio ao constatar o descaso, o despreparo e as aproximações sucessivas dos casos de contaminação ao redor.

Pra se ter uma ideia:

# contrariando as reiteradas vezes em que solicitamos, em momento algum as equipes foram submetidas a testes de qualquer natureza, nem para o embarque e muito menos no desembarque mesmo com casos suspeitos na mesma plataforma;

# as primeiras máscaras, além de demorarem a chegar, eram de apenas de uma camada de TNT, sem elástico, para ser montada pelo usuário e em quantidade insuficiente (três por dia). Registre-se que são descartáveis e com tempo de uso de 2 horas cada uma;

# apesar da uniformização numa escala única (21 x 21) para próprios e terceirizados, continua a haver troca de turma quebrada em todos os quatro campos todas as semanas, ou seja, as equipes não são trocadas de uma vez só e a cada 21 dias;

# não bastasse, tínhamos ainda trabalhadores que eram deslocados para realização de trabalhos de um campo para outro, circulando livremente e a bel prazer dos interesses dos gestores;

 # tivemos trabalhadores que relataram que fora a sua própria auto declaração, não houve nenhum contato por parte do SMS de sua empresa para acompanhamento e orientações durante a semana do pré-embarque conforme tinha sido propagandeado anteriormente;

# os trabalhadores que embarcam nas nossas unidades vem de diversas cidades e até mesmo estados da federação (Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe etc.) fazendo baldeação em rodoviárias e aeroportos, quando não compartilhando carros e lotações para chegar ao embarque;

# esses ainda são reunidos pelas empresas contratadas para o pré-embarque num hotel na cidade de Paracuru no dia anterior e seguem de lancha para a plataforma de destino ainda na madrugada seguinte;

# as unidades marítimas são ambientes por si mesmas confinadas; os embarcados dividem as mesmas áreas da sala de lazer, do refeitório, do banheiros coletivos, dos escritórios e ainda os alojamento.

A irresponsabilidade da gestão de Castello Branco se torna muito eficiente quando é para desmontar a empresa, entregar seu patrimônio e favorecer os grandes grupos internacionais. Porém, quando se trata de tomar medidas efetivas para a proteção dos Petroleiros que constroem a empresa, o descaso é a palavra de ordem. Segue à risca o seu governo, que faz a mesma coisa: para favorecer banqueiros libera bilhões; para tomar medidas contra o Covid-19 chega a negar as milhares de mortes; trilhões são liberados para os ricos enquanto para os pobres 600 reais nunca chega.

Assim é na Petrobrás, e agora com um resultado catastrófico. Dezenas de famílias aguardando seus entes queridos em casa.

O que dirá para essas famílias, Castello Branco? O “E Daí?!” de seu chefe?

#ForaBolsonaro!
#ForaCastelloVirus!
#MaisPelasVidasMenosPeloMercado!