A ida de Bolsonaro e vários empresários ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (7), contra o isolamento social, é uma das cenas mais repugnantes em meio à grande pandemia que atinge o país.
Há 45 dias, quando não havia nenhum óbito oficial pela Covid-19 no Brasil, alguns grandes empresários falaram publicamente, em vídeos gravados, como os donos da Havan e da Madero, que essa pandemia não deveria atrapalhar a economia. Segundo eles, ocorreriam “apenas” 7.000 mortes.
Esta semana, superamos 9.000 óbitos e o Brasil está no centro da pandemia, com o crescimento da contaminação. Em razão da subnotificação, a realidade é ainda pior, pois os números são muitos mais altos. Vários estudos estimam que a realidade é 12 a 15 vezes maior.
De forma ultrajante, Bolsonaro e empresários não se importam e querem levar o povo brasileiro para o caos nas filas dos hospitais e para a morte, como já estamos vendo no Amazonas, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo e outros estados.
Ganância e descaso com a vida do povo
Enquanto milhares de famílias sofrem com a dor da perda de parentes, sem poder sequer acompanhar seus enterros, friamente eles dizem querer evitar a morte de “CNPJs”.
Um escárnio com a vida dos trabalhadores e mais pobres que estão morrendo, bem como tendo de enfrentar o desemprego, a redução de salários e direitos que estão sendo provocados por este governo de ultradireita e empresários gananciosos.
“O que assistimos foi um espetáculo repugnante contra a vida dos trabalhadores. Junto com representantes dos setoriais empresariais que, de fato, mandam neste governo genocida. Bolsonaro mais uma vez defendeu o fim do isolamento social o que é absurdo, pois esta é a medida adotada em todo o mundo, já que é a única forma de deter a proliferação do vírus”, criticou o dirigente da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.
“É um cinismo sem tamanho destes crápulas. Não há contradição entre defender a vida e os empregos e renda para o povo. O Brasil tem dinheiro para garantir as condições para que os trabalhadores e os microempreendedores fiquem em casa em quarentena”, afirmou.
“Já os grandes empresários têm muito dinheiro, pois lucraram muito, não só com a exploração dos trabalhadores, mas à custa do dinheiro público. Só os bancos já receberam do governo Bolsonaro R$ 1,2 trilhão logo no início desta pandemia, sem contar leis que estão sendo aprovadas, como a PEC do Orçamento de Guerra e o PLP 39, que desviam dinheiro público para este setor. Eles têm a obrigação de garantir os empregos”, disse também Atnágoras.
Fora Bolsonaro e Mourão!
O governo de Bolsonaro e Mourão vai provocar um verdadeiro genocídio dos trabalhadores e povo pobres neste país. Sua política também tem o propósito claro de jogar a crise sobre a classe trabalhadora, como desemprego e retirada de direitos. Tudo para garantir os lucros dos poderosos.
“É preciso que as centrais sindicais, sindicatos, movimentos e organizações democráticas tomem um posicionamento firme em defesa da vida, dos empregos, da soberania e liberdades democráticas. É preciso exigir quarentena geral já, com garantia de estabilidade no empregos e salário integral aos trabalhadores e renda para os informais e desempregados. Acima de tudo, é preciso intensificar a luta pelo Fora Bolsonaro e Mourão, dois genocidas. E esta luta é pra já. Não dá para esperar até 2022”, concluiu.
Comitiva da Morte
Abaixo, a lista dos empresários que acompanharam o presidente. Guarde bem esses rostos. Eles estiveram com Bolsonaro na passeata da morte. Pesquise suas fortunas, veja os setores patronais que representam e seus reais interesses.
– José Ricardo Roriz Coelho, da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria de Plástico);
– Fernando Valente Pimentel, da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção);
– José Velloso Dias Cardoso, da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos);
– Paulo Camilo Penna, presidente do Snic (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento);
– Elizabeth de Carvalhaes, da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa);
– Synesio Batista da Costa, da Abrinq;
– Haroldo Ferreira, da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados);
– Ciro Marino, da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química);
– José Jorge do Nascimento Junior, da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos);
– José Rodrigues Martins, da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção);
– Reginaldo Arcuri, da FarmaBrasil;
– José Augusto de Castro, da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil);
– Marco Polo de Mello Lopes, da Coalizão Indústria;
– Humberto Barbato, da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).
– A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) também enviou representante.