Os trabalhadores da distribuidora de gás natural do Uruguai, a MontevideoGas, cuja concessão pertence à Petrobrás, ocuparam a unidade no dia 25 de março, em protesto contra as demissões que a empresa está fazendo à revelia do sindicato.

Depois de muita luta, a Petrobras decidiu na última semana que finalizará as operações no Uruguai e o Estado do país vizinho assumirá, temporariamente, a gestão do setor de gás. 
A empresa brasileira e o governo uruguaio chegaram a um consenso sobre o conflito que se arrasta há anos. De acordo com o ministro do Trabalho do Uruguai, Ernesto Murro, a gestão temporária será feita “de forma indireta por meio de uma empresa privada de capital estatal”.

Os dirigentes sindicais acusam a empresa de atuar de forma predatória, interessada apenas em lucros, sem responsabilidade social e impondo preços exorbitantes aos consumidores. Ainda segundo o sindicato, desde que a Petrobrás chegou ao país, o número de consumidores caiu de 45 mil para 38 mil e a empresa se recusa a discutir um plano de reestruturação do setor com os representantes dos trabalhadores e com o governo.

A greve cobrava o fim da concessão que a Petrobrás tem sobre a distribuição de gás natural no Uruguai. Segundo o sindicato, a petrolífera brasileira “impediu acordos com o Poder Executivo e com os trabalhadores porque está apostando apenas em extrair do Uruguai 170 milhões de dólares através dos processos de arbitragem já conhecidos”.

Os petroleiros uruguaios demonstram a nós brasileiros que uma greve forte é o único caminho para derrotar as decisões do governo Bolsonaro contra a Petrobrás.