01:30 | 02/11/2017


Usina está sem produzir asfalto desde o último mês de março  MARIANA PARENTE/ESPECIAL PARA O POVO
Usina está sem produzir asfalto desde o último mês de março MARIANA PARENTE/ESPECIAL PARA O POVO

Inaugurada há 39 anos, a Usina de Asfalto e Pré-Moldados de Fortaleza está extinta. Localizada no Passaré e criada com o intuito de suprir as necessidades da infraestrutura viária da Capital, o equipamento está desde março desativado, sem produzir massa asfáltica. De acordo com a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), são duas as razões que motivam a decisão. A primeira é de ordem financeira: o órgão aponta que é mais econômico embutir a compra e aplicação de asfalto em uma licitação de uma obra. A segunda causa é ambiental.

 

“A usina, onde está inserida, não conseguiria ter licenciamento ambiental. Quando foi implantada, não era área residencial. Quando a Prefeitura foi procurar outro local para a atividade, não foi identificado nenhum dentro de Fortaleza. Teria que ser em cidade vizinha, o que não é permitido por lei. Nos nossos contratos, as licitações dos custos por metro quadrado são cerca de duas vezes e meia mais baratos”, explica Manuela Nogueira da Seinf, estimando que seriam necessários investimentos de cerca de R$ 500 mil para manutenção do maquinário se a opção fosse a continuação da usina. Em 2015, a Prefeitura realizou reforma no local que custou R$ 767 mil.

A desativação é criticada por parte do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort). Presidente da entidade, Nascélia Silva afirma que o fechamento do local é consequência de anos de ‘sucateamento’ por várias gestões municipais.

“Estamos fazendo uma luta em defesa da manutenção da usina por entender que é melhor um asfalto de qualidade pra Cidade. Estamos lutando para que todos os direitos sejam assegurados. É muito difícil chamar o trabalhador e dizer que seu local de trabalho vai fechar”, contesta Nascélia, destacando que desde 1994 não é feito concurso público para a Usina.

Quanto aos funcionários da Usina, Manuela Nogueira garante que parte deles será remanejada, enquanto outros buscarão aposentadoria. “Há três ou quatro meses, estamos conversando sobre esse remanejamento. Foi feita uma equipe com psicólogos pra identificar os que têm intenção de serem remanejados ou queiram voluntariamente se aposentar. Os que desejavam eram remanejados. Até hoje, cinco quiseram a aposentadoria”, complementa a secretária, garantindo que obras de recapeamento ou tapamento de buracos não serão afetadas com a desativação. (João Marcelo Sena)

Saiba mais

A usina de Asfalto e Pré-Moldados do Passaré foi inaugurada em 1978, sob a gestão do prefeito Evandro Ayres de Moura. O objetivo era complementar a produção de massa asfáltica de outra usina na Água Fria desde o início daquela década. O equipamento foi importante para fornecer asfalto para avenidas que estavam sendo construídas ou reformadas como a José Bastos, Domingos Olímpio, Capistrano de Abreu (atual João Pessoa). Inicialmente, o equipamento era gerido pela Superintendência Municipal de Obras e Viação (Sumov). Antes da desativação, o maquinário da Usina tinha potencial para produzir 100 toneladas por dia.

Fonte: JORNAL O POVO.