Mais dois trabalhadores mortos e pelo menos um ferido. A despeito de todos os alertas e cobranças da FUP e de seus sindicatos, a política de insegurança no Sistema Petrobrás volta a fazer novas vítimas. Nesta quarta-feira, 26, uma explosão em uma caldeira da BR Distribuidora, no Porto de Tubarão, em Vitória (ES), matou dois trabalhadores terceirizados e resultou em pelo menos um ferido.

A FUP e o Sindipetro-ES estão buscando mais detalhes sobre o acidente. As informações iniciais é de que a explosão foi de grande impacto e de que os trabalhadores morreram carbonizados. Segundo o Sindipetro, o primeiro combate ao incêndio foi feito por petroleiros do terminal da Transpetro, que funciona anexo às instalações da BR Distribuidora.

Nota divulgada pela BR Distribuidora informou que os dois trabalhadores mortos eram contratados pela JB, prestadora de serviços da subsidiária. No momento do acidente, eles faziam uma manutenção programada nas caldeiras. O Sindipetro-ES irá requisitar participação na Comissão de Apuração, junto com o Sitramico, sindicato que representa os trabalhadores da BR.

Esse foi o terceiro acidente fatal só este ano em unidades do Sistema Petrobrás no Espírito Santo. Em julho, dois trabalhadores terceirizados da Transpetro morreram quando montavam um andaime no Terminal Aquaviário de Barra do Riacho, na região de Aracruz. Em fevereiro, uma explosão na FPSO Cidade de São Mateus, da empresa BW Offshore, matou nove trabalhadores e deixou outros 26 feridos. Apesar de todas as evidências de negligência por parte da multinacional,  a Petrobrás isentou a empresa de qualquer responsabilidade e ainda enalteceu suas práticas de (in)segurança.

É desta forma inconsequente, que os gestores da Petrobrás conduzem a política de SMS. Ao longo deste ano, 16 trabalhadores já perderam a vida em acidentes que poderiam ter sido evitados, se a empresa tivesse de fato comprometimento com a segurança operacional e a preservação de vidas humanas. A FUP vem cobrando há décadas mudanças na política de SMS do Sistema Petrobrás, mas o que continua valendo para os gestores da empresa são as metas gerenciais, as promoções e os elogios que recebem aqueles que colocam a produção em primeiro lugar, descumprindo NRs e subnotificando acidentes. Quantas vidas a mais serão consumidas por esse modelo de gestão?

Fonte: FUP