5 de abril de 2014 | 09:16 Autor: Fernando Brito / BLOG TiJOLAÇO

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Enquanto a imprensa procura criar escândalos dizendo que algum fornecedor da Petrobras tem negócios com um doleiro, o que não quer dizer absolutamente nada – a menos que haja algum indício de que fossem repasses ilegais – a empresa segue fazendo o que não é notícia: produzindo mais petróleo.

Quinta feira, entrou em produção o terceiro poço do campo de Sapinhoá.

Outro poço imenso, que vai produzir 26 mil barris de petróleo por dia.

Só ele representa mais de 1% sobre a produção brasileira de 2 milhões de barris de petróleo diários.

O poço é o segundo a usar a moderníssima tecnologia de fixação indireta ao navio plataforma, através de uma boia de sustentação derisers (dutos) como as que você vê na imagem. A segunda BSR de Sapinhoá, igual à primeira, está tendo sua instalação concluída este mês e é uma tecnologia, em grande parte, desenvolvida no Brasil.

A boia – uma estrutura de 40 metros de largura por 52 metros de comprimento, pesando duas mil toneladas – fica flutuando a  cerca de  250 metros da superfície, ancorada no fundo do mar, que tem ali uma  uma profundidade de 2.100 metros, e permite a ligação dos poços por tubos rígidos, mais baratos e resistentes que os flexíveis, porque não transmite diretamente os movimentos do navio a toda a tubulação, até o poço.

E possibilita, ainda, que mais de um navio-plataforma fique conectado a ela, como vai acontecer em Sapinhoá, onde hoje só opera FPSO Cidade de São Paulo.

Além de reduzir os custos de logística – transporte de pessoal, suprimentos e equipamentos – isso permite que durante as paradas técnicas parte da produção seja transferida para o navio-plataforma que siga operando, se houver capacidade excedente de processamento.

A maior vantagem do sistema, porém, é permitir a conexão dos poços antes mesmo da chegada de um navio-plataforma que vai receber sua produção, como é o caso, em Sapinhoá, do FPSO Cidade de Ilhabela, que revém terminou e receber seus módulos de produção no Rio de Janeiro e está em fase de ligação dos sistemas operacionais e verificação. Quando o navio chegar a Sapinhoá, daqui a uns dois ou três meses, tudo fica mais simples e rápido, restando apenas a sua ligação á boia, uma operação muito mais simples que a ligação a um poço da 2.100 metros de profundidade.