Parsifal Braga Bezerra, 62 anos, ingressou na Petrobras Distribuidora S.A. em 1º de setembro de 1986, motivo de alegria e estabilidade econômica familiar que não durou muito, sendo demitido dia 13 de junho de 1990.

O motivo da demissão aconteceu por uma grande injustiça promovida pelo ex-presidente Collor de Melo, que fez uma redução nos quadros funcionais de empregados dos órgãos federais e nas estatais. “Grande injustiça essa que ele fez não só comigo, mas com mais de 100 mil trabalhadores. Fui demitido sem justa causa. Na Petrobrás, eu e mais 18 trabalhadores fomos demitidos dessa forma autoritária”, explica Parsifal, que na época se sentiu desacreditado profissionalmente e logo mudou de cidade, onde passou por diversas complicações financeiras, tendo que vender a própria casa e morar de aluguel.

Em 1994 o então presidente Itamar Franco sanciona a lei de anistia e reacende a esperança entre os 18 petroleiros injustiçados, que entraram com requerimento por intermédio do Sindipetro Ceará. Deles, 17 conseguiram voltar à estatal, menos Parsifal, que por morar no interior acabou perdendo prazos estabelecidos para a sua anistia. “Eu perdi o tempo de entrar com processo pela justiça comum, que era até 2 anos, era muito leigo e não acreditava que iria voltar”, conta.

Dez anos depois, em 2004, com a criação da Comissão de Anistia na Petrobras, via exigência do acordo coletivo de trabalho da categoria petroleira, Parsifal, apoiado pela diretoria do Sindipetro, retomou a esperança e apresentou requerimento para reavaliar o pedido de revisão e retorno. A comissão acatou o recurso e enviou para a comissão especial interministerial de anistia. O processo se arrastou por mais 10 anos, mas no dia 31 de dezembro de 2013 a angustia acaba. Sai o resultado no Diário Oficial uma portaria que notificará a Petrobrás a convocar o trabalhador e realizar sua readmissão em até 30 dias.

“A luta foi muito árdua, mas sempre tive o apoio da direção atual do Sindipetro, a atual diretoria nunca me deixou perder a esperança e em nenhum momento pensei em desistir, muito menos o sindicato pensou. O Orismar foi um dos que me deu muito apoio moral e serei eternamente grato ao total empenho do Sindipetro Ceará/Piauí”, disse o recém-anistiado petroleiro.

Para o presidente do Sindipetro, Orismar Holanda, essa conquista foi administrativa e institucional, pois as vias legais e judiciais já tinham todos os prazos expirados. “A gente não navegou no plano jurídico por que sabíamos que o prazo havia sido expirado. Estou muito feliz, pra mim é a maior vitória que essa entidade já teve a responsabilidade e o cuidado de negociar”, ressaltou o presidente.