*Orismar Holanda é presidente do Sindipetro Ceará/Piauí.

Essa brava gente petroleira sabe o que faz e o que quer: a greve, uma característica da luta de classe, além das questões econômicas, veio com uma mensagem clara em dois temas diretos: a luta por dignidade, respeito, segurança nas operações e preservação da saúde. Quando se fala em dignidade, respeito, estamos falando principalmente de algo que é doloroso para o trabalhador e que termina chegando ao seu lar, atingindo também a sua família: o assédio moral. Uma atitude covarde que vem acontecendo em todas as instâncias de relacionamento profissional no mundo do trabalho e, aqui, no Sistema Petrobrás, não é diferente, também acontece. São muitos os relatos chegados ao sindicato, há casos citados até do assédio moral ultrajado pelo assédio sexual, o que dá mais repugnância e torna mais agravado esse ato de violência. Vamos lutar contra isso. A maior arma nessa luta é a denúncia. Portanto, se o companheiro(a) se sente vítima dessa situação, não interessa quem seja o agressor(a), comunique ao sindicato. Não deixe que os casos se avolumem. Entre nessa luta!

Na busca pelo reconhecimento àqueles(as) que nos antecederam no processo de construção do Sistema Petrobrás, em condições muito mais adversas às atuais, uma importante vitória: a garantia dos três níveis referentes aos ACTs de 2004, 2005 e 2006 para aposentados(as) e pensionista, mas que ainda requer bom trato negocial nos 180 dias que se seguem como assim ficou acordado.

E por fim, a grande batalha da categoria petroleira contra o governo federal que em favor do Mercado e dos interesses internacionais levou a leilão o campo de Libra. A maior reserva de petróleo e gás offshore já descoberta no mundo. Essa batalha, perdemos; embora seja assunto do interesse da sociedade brasileira, poucos setores organizados entraram na luta além dos petroleiros, o MST e os movimentos sociais. E os partidos políticos, os da esquerda, principalmente, o que fizeram? Até onde sabemos, nada fizeram. Ficaram calados, anônimos ao fato, – “enquanto a carruagem passou, nem ao menos ladraram. Que cachorros!” -. Em tempos passados muita gente berrava aos microfones, soltava nota na imprensa, partidos políticos emitiam manifesto contrario a tudo isso. Não vimos uma nota, uma voz sequer. A FUP e os Sindicatos filiados, todos, entraram com ações civis publicas em seus estados de origem tentando através de liminar, pelo menos, suspender o leilão; nenhum juiz atendeu. Bom, essa batalha se foi, outras virão e com elas uma  certeza: precisamos estar unidos, todos na luta pela construção de uma sociedade justa.