Torna-se cada vez mais evidente a necessidade do sindicalismo abraçar questões que extrapolam uma dimensão da sua própria categoria, demandas especificas. Estamos diante de um novo ciclo de desafios que exigem compromisso, seriedade, continua formação e uma competência, muitas vezes não entendida, o bom senso. Faz-se mister que nos empenhemos para responder a essas demandas e marcar as nossas posições em defesa dos interesses da nova classe trabalhadora, muito mais complexa, mais diversificada e mais exigente, porque não reconhecer?

As direções sindicais precisam inovar, renovar-se não somente em termos de novos quadros, mas principalmente em relação a essas novas práticas, exigências do mundo do trabalho. Temos que ter uma posição firme em defesa dos interesses dos trabalhadores, contrária a elaborações perniciosas e até criminosas, como em relação ao PL-4330 (da Terceirização), onde representantes do capital tentam subtrair de maneira sorrateira, em virtude da maior representação que conseguem no Congresso, os direitos dos trabalhadores (muitos desses trabalhadores nunca vão ter nem consciência do que se trata, ou do que estão perdendo).

Outro processo criminoso é o leilão de libra, ou de qualquer outro campo de petróleo. A Petrobras, validada pelos seus 60 anos de conquista e de afirmação, descobre, desenvolve os primeiros estudos e depois tem que entregar para qualquer aglomerado empresarial os frutos do seu esforço. Defendemos uma Petrobras 100% estatal e que todos os recursos da atividade sejam utilizados para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Defendemos também uma empresa sólida e estruturada na defesa de todos os campos de exploração e produção, sejam em novas fronteiras ou nos campos maduros de terra e de mar. Forte também em pesquisa e desenvolvimento de novas fontes de energia.
Diante de todos esses desafios, e muitos outros, estimamos a necessidade de um SINDICATO FORTE, representativo e fiel ao seu papel. Um sindicato que tenha uma comunicação livre, séria e principalmente democrática, horizontal.
Que venham os novos tempos, os novos desafios

*Marcondes Muniz é secretário-geral do Sindipetro Ceará/Piauí, secretário de comunicação da CTB-CE e diretor da Federação Única dos Petroleiros.