Da assessoria econômica | Blog do Zé Maria no CA

 Recentemente, este blog alertou a importância dos investimentos no Nordeste para o desenvolvimento regional (veja aqui). Defendeu-se que a criação de novas refinarias na região teria um papel fundamental para a geração de novos empregos, ampliação da renda entre outros. Embora a ampliação da cadeia produtiva de petróleo na região seja de grande relevância, mostrou-se necessária também o direcionamento de novos investimentos da Petrobras na exploração e produção nos campos terrestres. Se, por um lado, a estatal brasileira investiu de modo agressivo na expansão do setor de abastecimento no nordeste, por outro, os recursos orientados para a produção terrestre não apresentou o mesmo dinamismo.

Em primeiro lugar, as empresas privadas que adquiriram o direito de exploração dos campos, por meio dos leilões de petróleo realizados a partir dos anos 2000, reduziram consideravelmente os investimentos nessas áreas. No biênio 2010-2011, por exemplo, estimou-se que houve uma redução por volta de R$ 2 bilhões. Em segundo lugar, a própria Petrobras diminuiu sua atuação na região. Exemplo disso, foram as interrupções das operações de sondas, a redução dos empregos na região no segmento de produção em terra (estimativa de 6.500 trabalhadores deixaram seus postos de trabalho, entre 2003 e 2009), além da vertiginosa queda de produção. Enquanto a produção de petróleo no mar cresceu mais de 50%, entre 2003 e 2011, a produção de petróleo nos campos caíram um pouco mais de 16%.
Nesse cenário, muitos defenderam que a Petrobrás adotava uma estratégia correta de direcionar suas atividades para a produção no mar, principalmente voltada para a camada do pré-sal, em detrimento da produção em terra, deixando para as empresas privadas a responsabilidade de gerir esse segmento. Isso porque, entre outras razões, a produção de petróleo em terra estaria num período de forte declínio e não faria sentido a continuidade de investimentos na região.
Todavia, o papel da Petrobras historicamente não definiu seus investimentos pelo simples critério da rentabilidade e das oportunidades consideradas propícias pelo mercado. A Petrobrás sempre se notabilizou por ser uma companhia com um importante viés social, direcionando seus recursos para permitir a geração de emprego, ampliação da renda e integração social e econômica de regiões mais isoladas do país. E, mesmo que a análise fosse pautada pelas oportunidades de mercado, a produção terrestre tem apresentado perspectivas de expansão importantes, como mostra a matéria a seguir. Por tudo isso, a retomada dos investimentos na exploração terrestre é mais do que necessária, seja social ou economicamente, para o desenvolvimento do nordeste e do país!

Da Agência Estado | Publicado em 05/09/2013, às 11h50

Petrobras vê indícios de petróleo em terra no Rio Grande do Norte
A notificação indica a presença de indícios de hidrocarbonetos, mas ainda não constitui em uma acumulação comercial

A Petrobras encontrou indícios de petróleo em um poço em terra no campo Canto do Amaro, em Mossoró, no Rio Grande do Norte. A comunicação à Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre o poço 3BRSA1193RN aconteceu nesta quarta-feira, 04. A notificação indica a presença de indícios de hidrocarbonetos, mas ainda não constitui em uma acumulação comercial.
Canto do Amaro é um dos maiores campos do Brasil em terra. Produz desde 1986 e é considerado maduro, com produção que já ultrapassou seu pico e entrou em declínio. As reservas provadas são de 107,5 milhões de barris.
A Petrobras investiu, desde abril de 2007, US$ 774 milhões para revitalizar o campo e reverter sua curva de declínio, o que aconteceu a partir de 2009. A produção aumentou para 22 mil barris por dia em junho de 2013 e, segundo a Petrobras, cerca de 70% desse volume deve-se à implantação do projeto.
A Petrobras pretende aumentar o fator de recuperação do óleo do campo em 4,9%, com a perfuração e completação de 199 poços e recompletação de 1.183 poços.
Uma das frentes mais importantes da revitalização consiste na ampliação do sistema de injeção de água, para elevar a pressurização do reservatório, segundo a companhia. O projeto, já com 93% do andamento executado, também contempla o lançamento de 40 km de dutos de coleta de óleo, lançamento de 620 km de dutos de injeção de água, construção de uma estação de tratamento de água produzida, 14 estações coletoras de emulsão de petróleo e duas estações de injeção de água.