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O imperialismo norte-americano tomou de assalto computadores e linhas telefônicas dos cidadãos pelo mundo afora, bisbilhotando desavergonhadamente a vida alheia, com a desculpa esfarrapada de combate ao terrorismo. Entre as vítimas da espionagem comandada pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) estão os presidentes do Brasil e do México, que tiveram suas gravações telefônicas grampeadas e e-mails rastreados.

Trata-se de dois países estratégicos na geopolítica do continente americano e ricos em reservas de petróleo e gás. Não foi por acaso que a Marinha dos Estados Unidos reativou em 2008 a sua Quarta Frota, que estava fora de operação desde 1950, e passou a “patrulhar” o Atlântico Sul justamente após o anúncio da descoberta do pré-sal. Da mesma forma que não é por acaso que a presidenta Dilma tenha suas conversas monitoradas por Washignton às vésperas do leilão de Libra, a maior e mais importante descoberta petrolífera da atualidade.

A desculpa de combate ao terrorismo não convence ninguém. Não passa de cortina de fumaça para escamotear a verdadeira intenção do governo dos Estados Unidos. “É o petróleo, estúpido!”, como diria o consultor político do ex-presidente Bill Clinton, que consagrou a expressão“é a economia, estúpido” ao repercutir os efeitos do mercado nas campanhas eleitorais. O jornalista Glen Greenwald, responsável pela divulgação das denúncias do ex-agente da NSA, Edward Snowden, já deixou claro para o Congresso brasileiro que o principal objetivo dos Estados Unidos com a espionagem é a obtenção de informações comerciais e industriais, como na área de energia e petróleo.

As gigantes norte-americanas do setor já sinalizaram para a ANP que participarão do leilão de Libra, marcado para ocorrer na mesma semana da viagem da presidenta Dilma a Washington. Estamos falando da ExxonMobil, a maior petrolífera do planeta, da Chevron (terceira maior), da ConocoPhillips, entre outras que provavelmente estão a par de informações privilegiadas sobre as nossas reservas.

O leilão de Libra por si só já representa um crime de lesa pátria. Envolve um patrimônio avaliado em pelo menos um trilhão de dólares, que o governo brasileiro pretende leiloar por 15 bilhões de reais. A espionagem dos Estados Unidos, que estão de olho no pré-sal faz tempo, é a gota de óleo que faltava ser derramada nesse escandaloso jogo de cartas marcadas. Preservar Libra das garras imperialistas, mais do que uma questão econômica, é garantir a soberania nacional.