Marcondes Muniz* é secretário-geral do Sindipetro Ceará/Piuí, diretor da Federação Única dos Petroleiros e secretário de comunicação da CTB.

O sindicato tem recebido constantemente denúncias de trabalhadores que estão sendo assediados moralmente nos seus locais de trabalho por gerentes e líderes de equipes. A corda quebra sempre do lado do mais fraco (o trabalhador). Os principais registros são evidenciados tendo os empregados terceirizados como vítimas, não obstante ser uma prática também entre os trabalhadores do sistema Petrobras. Nesse contexto, entram a fragilidade e os desvios do processo de terceirização adotado pela Petrobras, com contratos que não dão nenhuma proteção aos trabalhadores e precarizam as relações no ambiente de trabalho.

Já foram registrados casos de extrema humilhação, ao ponto do trabalhador chegar a chorar e não ter a menor possibilidade de dar continuidade a tarefa desempenhada. Um absurdo tremendo, isso mostra o total despreparo de alguns desses líderes de equipes no trato com o trabalhador. Como os antigos feitores de um outro período da escravidão, que entendiam que ao invés de focarem  no resultado do trabalho desempenhado, focavam na estrutura de opressão que lhes valia cada vez mais credibilidade perante ao senhor da casa-grande, hoje chefe- gerente- diretor.

Cabe salientar que, por muitas vezes tratar-se de um programa para inviabilizar a presença ou permanência do referido trabalhador naquele cargo, ou local de trabalho, são atitudes que, repetidas com freqüência, tornam insustentável a permanência do empregado no emprego, causando danos psicológicos e até físicos (como doenças devido ao estresse) ao empregado. Muitas vezes está associada a qualquer tipo de vantagem que os líderes buscam atingir promovendo algumas pessoas associadas a sua linha de pensamento.

São registrados freqüentemente que esses mesmos agressores dos trabalhadores reagem muito mal a atuação sindical no local do trabalho. Costumam difamar e atacar fortemente os representantes dos trabalhadores. Ao longo do tempo, enfraquecem e dificultam a atuação da CIPA (existem registros de perseguição aos membros da CIPA) e dos sindicatos.

Enquanto essas práticas se reproduzem por toda parte, ganhando dia a dia um novo modelo, com detalhes diferenciados, ardilosos, o trabalhador segue na luta diária tentando garantir o direito a trabalhar com dignidade, com mais qualidade de vida, inclusive em relação a sua saúde.  Cabe a nós trabalhadores mantermos a atenção multiplicada para conter essas práticas nos locais de trabalho em que laboramos e denunciar. O sindicato deve atuar com firmeza, denunciando e coibindo tais práticas coercitivas de abuso, se precisar inclusive no âmbito da justiça.

Nunca aceitaremos essa prática.