Sindipetro Unificado de São Paulo

A aula pública sobre a Privatização do Petróleo, realizada na quinta-feira à noite (08.08), no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, foi aberta com uma convocatória. O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, chamou a sociedade para protestar contra os leilões do petróleo.

“Só o povo nas ruas é que reverte um jogo de interesses como esse que está em curso no Brasil. Não existe nenhum lugar do mundo que controlou a energia e o petróleo sem que o povo tenha se mobilizado”, afirmou Moraes.

Durante a aula, o coordenador da FUP falou sobre assuntos relevantes para as pessoas entenderem o motivo pelo qual os petroleiros defendem que a Petrobrás seja 100% estatal. Ele abordou vários temas, como a destinação social dos recursos gerados pela indústria petrolífera, os riscos ambientais agravados pela privatização, os modelos de exploração do petróleo, por que os leilões devem ser barrados e quanto as empresas transnacionais lucram com o controle do petróleo e do gás natural.

Segundo Moraes, o petróleo representa hoje a principal fonte de energia do planeta e, enquanto matéria-prima, está presente em cerca de 4 mil produtos do dia a dia das pessoas.  “O petróleo é responsável por 50% de tudo o que se move no mundo e o Brasil tem a matriz energética mais diversificada e limpa, a melhor do planeta. Qualquer nação que deseja ter um futuro precisa olhar para o petróleo de maneira estratégica”, declarou.

A quebra do monopólio estatal do Brasil, de acordo com Moraes, se deu em 95, no governo tucano. Desde então, foram realizados 11 leilões de petróleo. Na 11ª Rodada, a principal área leiloada foi a Margem Equatorial, situada no litoral do Maranhão e Piauí. “Nesse local, segundo anunciou a própria ANP, há possibilidade de serem produzidos 30 bilhões de barris de petróleo. Se cada barril for vendido a 100 dólares, que é o preço de hoje, somaria um total de 7 trilhões de reais”, aponta.

A ANP anuncia agora o Leilão de Libra, área do pré-sal que já foi mapeada pela Petrobrás e tem previsão de produzir 15 bilhões de barris de petróleo. “É lucro líquido e certo, então para que leiloar essa área? O pré-sal pode significar uma outra independência para o Brasil, mas se explorado pelas empresas pode significar um caos. Imagina o nosso prejuízo ambiental!”, indagou o coordenador da FUP.

Moraes falou ainda sobre as principais propostas do PLS 531/2009, projeto de lei construído pela FUP e pelos movimentos sociais, em tramitação no Senado, sustentado por três pilares: a soberania nacional e controle da energia, o setor como fomentador do desenvolvimento e a destinação social do lucro econômico.

“Queremos o arquivamento definitivo da lei de concessão dos tucanos, fim dos leilões, retomada do monopólio estatal do petróleo com a aprovação do PLS e uma aliança com os amplos setores da sociedade em busca das mudanças necessárias. Não tem saída, o petróleo não será alavancador do desenvolvimento se for privatizado”, concluiu.

A aula terminou com Moraes e os participantes ecoando o grito de guerra “leilão, leilão é privatização. O petróleo é nosso e não abrimos mão”.