Irazer Limar é um trabalhador da Companhia de Gás do Ceará e diretor do Sindipetro Ceará/Piauí

Nos últimos meses, o Ceará vem confirmando, por meio de explorações da Petrobras, a existência de petróleo em águas profundas, mas leilões vêm sendo feito e entregando às empresas privadas reservas de mais de 35 bilhões de barris de petróleo no Brasil e privatizando áreas exploratórias equivalentes ao tamanho do estado do Ceará, contando ainda com a participação recorde de empresas ávidas por abocanhar uma fortuna calculada em mais de US$ 1 trilhão.

No Ceará, esperamos dez anos para que a Petrobrás explorasse algum poço de petróleo. Hoje, depois de muito investimento, a região tem uma grande reserva, com acúmulos de petróleo. Dos onze blocos de petróleo no Ceará leiloados esse mês, seis foram arrematados, o que representa um falso e mascarado investimento mínimo para a fase de exploração de R$ 774 milhões. Pouco da riqueza ficará no Estado, uma vez que a exploração e produção não será realizada por empresas 100% nacionais.

O que ficará no Estado será, no máximo, 15% do total que for produzido, referentes a impostos, royalties e participação especial. O Brasil entregou às empresas, estrangeiras e nacionais, um grande patrimônio do País, e só quem perde com isso é a sociedade.

Chega de leilão, nós exigimos a soberania do nosso petróleo e nosso gás. Não permitiremos que a nossa riqueza seja entregue às multinacionais. O Brasil é um país com 200 milhões de habitantes e, por isso, não é possível permitir que a política de exportação de petróleo seja como de países pequenos, que podem fazê-lo, sem prejudicar a sua soberania.