Em meio à palavra de ordem “Leilão, leilão é privatização, o Pré-sal é nosso e não abriremos mão!”, diversos estudantes que participaram da mesa “O papel do petróleo no desenvolvimento socioeconômico do país”  do 53º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) entraram em consenso de opinião, mobilização e luta contra os leilões de petróleo realizados no Brasil. Congresso é o maior encontro estudantil da América Latina acontece até o dia 02 de junho, em Goiânia.

Participaram do debate o ex-diretor executivo da Petrobrás e professor da Universidade de São Paulo-USP, Ildo Sauer; o presidente da Federação Única dos Petroleiros, João Moraes; e o presidente da Associação de engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Leite Siqueira, além de representantes das forças estudantis UJS, Levante, Kizomba, Mudança, Rebele-se, JCA, UJR, UJC, entre outras.

Para Siqueira, a defesa dos 100% dos royalties para a educação defendidos ferrenhamente pela UNE é na realidade um grande desvio no que deveria ser o verdadeiro debate: o combate aos leilões. “Defesa dos 100% é um tiro no pé, vocês estão brigando pelo rabo do elefante e deixando o resto para os estrangeiros. Devemos lutar por um percentual de todo o petróleo para o Brasil, não apenas 10% para educação”, disse.

Os palestrantes ainda apresentaram dados referentes a valores que serão e/ou seriam arrecadados com o pré-sal em questão de produção de Barris e a capacidade que o país teria caso mantivesse ainda o monopólio, que duraria mais de meio século. Além disso, foi mostrado o telegrama do wikileaks que mostrou quanto os Estados Unidos interferem no Congresso tentando barrar o nacionalismo brasileiro.

“A UNE tem capacidade histórica, moral e política para lutar contra os leilões, mas para isso não nos cabe se dar ao luxo de ter uma luta só, como a visão pragmática que o Governo Federal tem, nosso papel enquanto militantes não é só segurar uma bandeira, mas travar várias lutas. Temos que deixar de lado nossos posicionamentos políticos e lutar por um bem comum, nossa riqueza, nossa soberania, nosso petróleo”, disse Morais.

Segundo Sauer, o petróleo pertence ao povo brasileiro e não só ao dessa geração. Travar uma luta só pelos royalties é deixar que aconteça um grande crime, ou seja, os leilões. “Nós estamos brigando por 15 dólares de impostos por barril, os outros 85 eles levam no bolso. Nós temos que re-estatizar a Petrobrás, pois 90% do petróleo do mundo é feito por empresas estatais. Temos que lutar para que leilões, seja regime de partilha ou concessão, sejam extintos e vocês podem mudar essa trajetória, só vocês, estudantes, podem consertar o que a gente não fez, e agora o Brasil está esse país aberto ao capital estrangeiro. A UNE está em todo o país em torno dessa luta. Estudem, aprofundem, concordem, discordem e levem esse debate às ruas. Sejam os verdadeiros líderes da mudança. Nós temos nas nossas mãos uma luta para transformar o país”, conclamou.