*Marcondes Muniz é o secretário-geral do Sindipetro Ce/Pi que representou os petroleiros no Fórum Social Mundial 2013, na Tunísia

A luta solidária entre os povos para dar um basta ao capitalismo, ao imperialismo e militarismo, buscando alternativas aos abusos das corporações transnacionais, à ditadura dos meios de comunicação, o papel das mídias independentes e os ataques ao bem-estar social e ao meio-ambiente. Todos esses temas foram debatidos nos dias que compreenderam o Fórum Social Mundial (FSM) em Túnis, capital da Tunísia.
O Fórum Mundial de Mídia Livre começou dia 24 com um debate sobre rádios comunitárias, o direito à liberdade de expressão para todos com diversidade e pluralidade, a neutralidade da rede e a evolução da regulamentação da comunicação na América Latina e no mundo.
A CTB realizou atividade juntamente com a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) e a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar). “A Luta pela paz, as políticas sociais inclusivas e o papel da ciência e tecnologia na soberania dos povos”, na Universidade El Manar, foram discutidos o papel das políticas sociais inclusivas do Brasil, de valorização do salário mínimo, de distribuição de renda, além das políticas na área da ciência e tecnologia e seu papel na busca pela soberania a partir do conhecimento.
Muito latente nesse Fórum foram debates e manifestações sobre o momento político, social e econômico que passa a Tunísia e os demais países do continente no movimento batizado ‘’Primavera Árabe’’. Importantes relatos que nos fazem refletir que a mídia e grandes representantes do capital se utilizaram da ansiedade e avidez da população por mudanças para ‘pegar carona’ e montar estrutura de favorecimento do capital. Existem relatos, inclusive, de cooptação de lideres do movimento. Relatos emocionados e depoimentos contundentes revelaram que mesmo após o movimento, ainda existe muito medo e muita insegurança em se expressar livremente. Nas atividades do Fórum houve registros também de grupos ultra-radicais contrários a realização do FSM.
O FSM tem agora responsabilidade redobrada de articular ações globais que deixem claro nossa oposição à globalização neoliberal. É inadiável a adoção de ações que barrem os abusos das transnacionais e do sistema financeiro, a retirada de direitos trabalhistas impostas por governos conservadores, apresentando propostas para a construção do outro mundo que queremos.
Daí a necessidade do FSM, com o arco de entidades, movimentos e indivíduos que o compõem, adotar iniciativas, com entusiasmo e ousadia, para o enfrentamento político e ideológico ao retrocesso.