Nesta quarta-feira (10) os trabalhadores(as) da Companhia de Gás do Ceará – Cegás realizaram sua 1ª paralisação em protesto por melhores salários e pela implantação do Plano de Cargos. O diretor do Sindipetro CE/PI, Irazer Lima, conversou rapidamente com o jornalista/radialista Nonato Lima, no programa Rádio Livre, da Rádio Universitária FM 107,09, às 7h da manhã.

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Nonato – Qual o motivo da paralisação do pessoal da CEGÀS?
Irazer – A gente vem de uma quarta rodada de negociação de acordo coletivo, onde a gente percebe por parte da Companhia, um desinteresse em tentar manter condições favoráveis de trabalho para o quadro próprio. Só pra te dar um exemplo, nosso quadro hoje tem, como qualquer empresa de economia mista, temos um quadro de pessoal próprio e terceirizados. O normal de toda administração pública é que os funcionários efetivos concursados tenham mão-de-obra mais valorizada do que os terceirizados, mas o que a gente tem é uma disparidade muito considerável, a nível salarial, de quem é concursado e quem é terceirizado. Por exemplo, quem é assistente administrativo, que só é necessário o nível médio, se for concursado da Companhia, o salário dele seria um valor. Já o mesmo cargo terceirizado, recebe duas vezes e meia a mais do que o funcionário próprio, ou seja, com isso, se formos ver a relação de concursados que foram chamados para o cargo de nível médio, a gente tem uma alta evasão, justamente por causa dos salários não atrativos e a Companhia não consegue contornar essa situação. Há uma desvalorização massiva em relação ao quadro próprio e uma valorização aos terceirizados.

Nonato – Há alguma negociação possível para buscar uma solução adequada para esse problema?

Irazer – Claro. O Sindipetro está aberto a negociação, inclusive nos colocamos à disposição da Companhia para negociar, porém até esse momento eles não apareceram com uma proposta plausível, estamos aqui ansiosos aguardando essa proposta. Esse ato é para sensibilizar a diretoria e a Companhia, para que eles valorizem a mão-de-obra própria. Na CEGÀS está se ampliando os cargos comissionados, de confiança, para justamente barganhar essa mão-de-obra terceirizada para dentro do quadro da Companhia. Quem é terceirizado tem uma visão de carreira, quem é concursado não tem. Por exemplo, temos um plano de cargos desde 2007 e o quadro próprio chegou em 2008. Até o presente momento, cinco anos depois, a CEGÀS não se interessou nem um pouco em implantar esse plano de cargos. Então a gente vem tentando, ao longo desses cincos anos, um acordo coletivo entre a categoria e a empresa, e infelizmente isso não está sendo possível ainda.