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A produção de petróleo extraído da camada pré-sal pela Petrobras no Brasil deve superar 1 milhão de barris em 2017. A previsão está no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, apresentado terça-feira (19) pela empresa a investidores.

Segundo a presidenta da Petrobras, Graça Foster, a produção do pré-sal chegou a 300 mil barris por dia em fevereiro deste ano. Ela ressaltou que a empresa levou apenas sete anos para atingir essa marca. Na Bacia de Campos, por exemplo, foram necessários 11 anos, na porção americana do Golfo do México, 17 anos, e no Mar do Norte, nove anos.

“Considero que é completamente descabida qualquer ilação que possa desqualificar a Petrobras sobre a ótica de sua capacidade para produzir o pré-sal no Brasil. Essa desqualificação não se sustenta. A produção está posta: são 300 mil barris de petróleo por dia”, disse.

O plano prevê ainda que a produção chegará a 2,1 milhões de barris de petróleo em 2020. Entre os desafios tecnológicos já superados, segundo Graça Foster, estão a redução do tempo necessário para preparar um poço e a realização de sísmicas (buscas) de alta resolução, que garante mais sucesso exploratório.

Petrobras anuncia US$ 237 bilhões em investimentos

Ao divulgar o seu Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 com investimentos previstos de US$ 236,7 bilhões, a direção da Petrobras confirmou que a empresa deverá ter papel de destaque nos leilões licitatórios que serão realizados ainda este ano pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Petrobras se prepara para fazer novas aquisições durante a 11ª rodada de licitações de blocos para exploração petrolífera, a se realizar em 14 e 15 de maio, quando serão ofertados 289 blocos em terra, mar e águas profundas. Além disso, o primeiro leilão de blocos do pré-sal, já sob o regime de partilha e previsto para dezembro, deverá ter a Petrobras como protagonista, pois a empresa almeja uma participação maior do que os 30% em cada bloco inicialmente previstos em lei.

“Vamos participar das rodadas do ano de 2013. Traçamos, evidentemente, cenários mais realistas para a 11ª rodada, pois já conhecemos o edital. Além disso, trabalhamos alguns cenários para a partilha”, disse a presidenta da Petrobras, Graça Foster. A participação além dos 30% nos leilões do pré-sal é confirmada pelo diretor de Exploração e Produção da empresa, José Formigli: “O apetite para querer mais do que 30% vai depender das áreas que vierem. O apetite existe e é cotejado com a atratividade da área que nós entendemos adequada e, obviamente, nas composições que fizermos nos consórcios que estivermos integrando na hora de participar do leilão.”

Graça Foster disse que a empresa será “seletiva” em suas participações nos leilões da ANP. “Nós fizemos em 2012 todo um trabalho de elaboração de uma política exploratória para a Petrobras. Não havia uma política exploratória escrita, havia uma política concebida, mas nós escrevemos essa política. Foi um trabalho de muitos meses da área de Exploração e Produção, com uma base técnica bastante grande, com o objetivo de quantificar o risco em termos de impacto no resultado da companhia. Essa é uma atividade de risco. Certamente que é, mas quanto? Quanto eu posso pagar de poço seco?”.

A presidenta da Petrobras disse ainda que a participação nos leilões da ANP se dará dentro dos parâmetros de segurança financeira da empresa, tanto na escolha dos blocos quanto na dos eventuais parceiros. Recentemente a empresa sofreu ataques de parte da mídia tradicional e do PSDB, que pretendem utilizar a queda nos números relativos ao desempenho para indicar que há má gestão na estatal. “O próximo passo a ser dado à luz dessa política é manter a seletividade da Petrobras em sua estratégia nos leilões. As parcerias são extremamente importantes para nós, e elas também serão seletivas. Estamos nos preparando para participar dos leilões, a nossa referência é a política exploratória, nós estamos nesse plano até 2020 fazendo um trabalho muito forte de preservar o nosso caixa, estamos investindo adequadamente”, disse.

‘PRÉ-SAL É REALIDADE’

Dos US$ 236,7 bilhões previstos em investimentos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 da Petrobras, US$ 147,5% bilhões, o equivalente a 62%, serão destinados à área de Exploração e Produção. Segundo José Formigli, até 2017 a produção dos poços do pré-sal ultrapassará a marca de um milhão de barris por dia, o que representará 42% da produção total brasileira. A meta é que até 2020 a produção do pré-sal dobre de tamanho, chegando a 2,1 milhões de barris por dia, o que representará 60% da produção total estimada para o país naquele ano.

No ano passado, segundo a direção da Petrobras, a produção de petróleo nos poços do pré-sal atingiu a marca de 300 mil barris por dia, sendo 57% da produção obtida na Bacia de Campos e 43% na Bacia de Santos. Essa marca diz respeito apenas a 17 poços produtores, o que justifica as previsões otimistas de produção feitas pela empresa. Segundo Formigli, até 2017 entrarão em operação 24 novas Unidades de Exploração e Produção (UEPs) da Petrobras, a maioria no pré-sal.

“O pré-sal já é uma realidade”, diz Graça Foster, acrescentando que a empresa deve atuar com “disciplina e criatividade” para fazer frente aos desafios que se colocarão nos próximos anos. “O Plano de Negócios e Gestão é absolutamente factível do ponto de vista técnico e do ponto de vista de sua economicidade e de sua financiabilidade. Temos de atuar com a mão certa nesses leilões”, disse.