O Programa Revista O Povo CBN, da FM 95.5 tentou entrar em contato com o presidente do Sindipetro CE/PI, Orismar Holanda, porém, após falhas na ligação, assumiu a entrevista o secretário Geral do sindicato, Marcondes Muniz, onde conversou no último dia 15 com a jornalista Alexandra Souza sobre a situação em que se encontra os petroleiros n o País. Confira a entrevista:

O Povo/CBN – A categoria optou realmente pela greve?
Macondes Muniz – Nós estamos aqui [no RJ] aguardando a deliberação do Conselho Deliberativo da Federação dos petroleiros (FUP). A Petrobras convocou hoje a FUP para apresentar a proposta de PLR e os dirigentes de todos os sindicatos filiados à Federação deve se reunir amanhã cedo para decidir os novos rumos da campanha.

O Povo/CBN – E quais são as principais reivindicações dos petroleiros?
M – A empresa [Petrobrás] aprensentou seus resultados de 2012 e o que nós não queremos é que o prejuízo desses resultados caia sobre o trabalhador. Então o que o movimento sindical petroleiro está buscando é isso: a gente não aceita que a Petrobrás, em função dos resultados apresentados por ela, prejudique os trabalhadores. Nós não concordamos que os trabalhadores sejam penalizados, visto que o que insistiu no resultado da empresa não veio de nenhuma decisão dos trabalhadores.

O Povo/CBN – A situação dos trabalhadores aqui no Ceará é semelhante aos demais trabalhadores do País?

M – Essa é uma campanha nacional de participação nos lucros e resultados da empresa, que por sua vez destinou dividendos aos acionistas e nós entendemos que os trabalhadores não devem sofrer esse rebaixamento, nós não tivemos participação nas decisões que originaram esses resultados.

O Povo/CBN – E como o governo tem negociado com a categoria? Vocês têm alguma contraproposta? Há um diálogo aberto?
M – O DEST [Departamento De Coordenação E Controle Das Empresas Estatais] é o órgão do governo que regula as relações com as estatais e isso tem tido um aspecto negativo, pois o governo impõe a empresa a realizar alguns parâmetros em relação a participação, e nós trabalhadores temos tido alguns problemas em relação a isso, alguns tetos que são criados pelo DEST. Então a gente não enxerga essa mesma situação em relação aos acionistas [que não saem de forma alguma prejudicados]. O trabalhador, que é o maior responsável e o capital intelectual que origina o resultado dessa empresa fica com o grande prejuízo quando os resultados não são satisfatórios.

O Povo/CBN – Uma vez que a categoria venha a optar pela greve, que tipo de prejuízo o setor pode ter se a categoria cruzar os braços?
M – A gente tem observado também por parte da empresa, um trato diferenciado em relação aos trabalhadores. Nós começamos a perceber uma relação desgastada com o movimento dos trabalhadores, certo? Então eu diria para você que a nossa preocupação é de preservar as relações com os trabalhadores, nós não temos interesse de fazer uma greve por fazer. Nós optamos por um movimento dessa natureza quando o desgaste dessas relações mostra que a negociação não está sendo suficiente para atingirmos os nossos objetivos.

O Povo/CBN – Como deve ser a agenda de vocês no dia de hoje e amanhã no sentido de decidir pela greve ou não?
M – Durante todo o dia de hoje e o dia de amanhã a gente deve tomar uma decisão e deliberar se a gente acata ou não a proposta tomada pela empresa e como a gente vai conduzir assim o movimento daí pra frente. Só depois dessa reunião do Conselho Deliberativo é que a gente vai poder externar essa nossa opinião. Se a empresa oferecer condições, a gente ta aberto a negociação.