Às 7h da manhã de hoje (28), petroleiros do Ceará somaram-se à paralisação nacional na porta da Lubnor por uma PLR mais justa e democrática, além de alertar vários problemas que ocorrem dentro da Petrobras, como o caso dos trabalhadores da Normatel.

O Sindipetro CE/PI acionará o setor jurídico para solucionar o caso da Normatel visto que são terceirizados da Petrobras e estão sofrendo pressão e ameaças de demissões. “A vitória da nossa PLR é uma negociação da empresa com o Sindicato”, afirmou o presidente do Sindipetro CE/PI, Orismar Holanda.

 “Quando se fala em PLR, a gente fala do nosso desempenho como trabalhador. Nós defendemos que toda empresa que gera lucro deve repartir com seus trabalhadores”, disse Holanda.

Segundo o diretor sindical Nazareno Santiago, a categoria precisa ficar mais unida e não só cruzar os braços em momentos como esse, mas somar-se à luta. “Quem faz a PLR somos nós. Se ela aumentou até hoje é por causa da nossa luta”, disse o diretor da Transpetro.

Diversas vezes na manifestação foi afirmada a necessidade dos petroleiros se unificarem, pois essa é uma categoria que historicamente sempre foi muito unida quando o assunto é direitos trabalhistas. A PLR sempre foi injusta, por isso cabe a todos os petroleiros se aliarem-se ao Sindicato para juntos conseguirmos uma participação igual nos lucros da empresa.

Segundo o Secretário Geral do Sindipetro CE/PI, Marcondes Muniz, o processo de terceirização no modelo aplicado pela Petrobras é uma burla a legislação, por atingir inclusive a atividade-fim, além de colocar em risco a segurança do trabalhador. “A gente se solidariza com nossos companheiros da Normatel, e entendemos o dano aos trabalhadores provocado pela empresa”.

Ainda segundo Muniz, a terceirização na Petrobras é uma forma de tomar mão-de-obra a preços mais baratos. “Há muito tempo, em nossos acordos coletivos, negociamos um fundo garantidor, obrigando a empresa a dar uma segurança financeira aos trabalhadores terceirizados”, afirmou o diretor.

A Petrobras, independente da queda nos lucros, não abaixa o valor direcionado aos acionistas. “Se os donos do capital têm esses direitos, os trabalhadores devem ter os mesmos direitos. Não aceitaremos uma PLR menor. Não vamos pagar a conta dos erros dos setores responsáveis pela queda no lucro da empresa. Nós vamos falar em uma única língua com eles agora, a única que eles entendem, que é paralisação e mobilização dos trabalhadores!”, finalizou.

Decisão de greve por tempo indeterminado sai amanhã

Líderes sindicais se reunirão amanhã na FUP, em conselho deliberativo, para decidir se as paralisações nacionais foram satisfatórias e se haverá greve por tempo indeterminado. Todos os Sindicatos do Brasil, inclusive os cinco sindicatos que não fazem parte da Federação também aderiram ao calendário de mobilização.

Reunião após a manifestação

Logo após ato de paralisação, o presidente do Sindipetro solicitou uma reunião com o Gerente Geral, Alexandre Jardim, que recebeu o sindicalista com receptividade.

Na conversa foram tratados assuntos sobre o caso da Normatel, para que a Lubnor tome iniciativa para que os trabalhadores não sejam prejudicados. Jardim afirmou que colocou o setor de engenharia para investigar a situação que ocorre entre a Normatel e os trabalhadores.

Orismar ainda pediu investigações sobre o acidente do trabalhador da Normatel, para que seja esclarecida se o infortúnio ocorreu por falta de treinamento ou por pressão para cumprir prazos, fazendo com que o trabalhador não tivesse total segurança para realizar a atividade.

Mobilizações ocorridas no Ceará no dia 28

UBQ Quixadá- Atrasos de 2hs nos inícios dos turnos e Administrativo. Sem emissão de PT- Permissão para Trabalho durante todo o dia;
Fazenda Belém- Paralisação do Administrativo durante todo o dia;
Transpetro Porto do Pecém, Porto Mucuripe, Base de Maracanaú- Atraso de 2hs e não emissão de PT por todo o dia.
Lubnor- Administrativo e Turno- Atraso de 2hs e não emissão de PT por todo o dia;
Plataformas- Não emissão de PT’S por todo o dia (exceto em casos emergenciais);