Os Sindipetros Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Espírito Santo iniciam esta semana as assembleias para que os trabalhadores se posicionem sobre o indicativo de greve por tempo determinado, aprovado na 6ª Plenafup. No Ceará, trabalhadores Offshore também serão convocados para aderir ao movimento grevista, pois a Petrobrás anunciou a venda das plataformas em águas rasas.
Além das greves nos estados onde se encontram os campos que estão sendo vendidos, os petroleiros pretendem realizar atos em várias outras regiões do país, contra o processo de desmonte da Petrobrás.
Confira os dias e horários das assembleias:
BASE DE PARACURU – 19, 20 e 21 de julho às 7h.
SEDE DO SINDIPETRO-CE/PI  – 19 de julho às 14h.
FAZENDA BELÉM – 20 de julho às 07h.
Deliberações:
1- Assembleia Permanente;
2- Greve por tempo determinado.
Entrega dos campos maduros acelera desmonte da Petrobrás

A ANP autorizou a Petrobrás a paralisar por um ano pelo menos 16 plataformas e 14 campos maduros no Nordeste e no Espírito Santo. A empresa requisitou também a interrupção de outras nove unidades na região, onde já estão em processo de privatização 104 áreas de produção terrestre. No último dia 05, a companhia havia anunciado que nove campos marítimos do Ceará e Sergipe também serão colocados à venda.

Os campos maduros são, portanto, a bola da vez dos entreguistas, que aceleram a passos largos o desmonte da Petrobrás. Por isso, uma das principais deliberações da 6ª Plenária Nacional da FUP foi a realização em agosto de uma greve por tempo determinado, encabeçada pelos sindicatos do Nordeste, região que já sofre os graves impactos dos desinvestimentos da estatal. O indicativo está sendo submetido às assembleias.

O desmonte dos ativos da empresa no Nordeste impactará vários municípios do interior da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, assim como o Norte Capixaba, cujas economias são movimentadas pelos investimentos da Petrobrás. Além dos problemas sociais e econômicos, a privatização dos ativos da empresa terá reflexos também nas condições de trabalho, precarizando ainda mais um setor que já sofre com a insegurança.

Com a paralisação das plataformas e outras unidades de produção, centenas de prestadores de serviço estão sendo demitidos, aumentando o caos social. Os petroleiros próprios que estão perdendo ou na iminência de perder os seus postos de trabalho são submetidos a transferências abruptas para outros estados, muitas vezes com direitos rebaixados e ameaças de demissão.

E isso é apenas o começo. A cena se repetirá em outras unidades do E&P, na Transpetro, no Gás e Energia, nas refinarias e em todo o Sistema Petrobrás, pois o objetivo dos entreguistas é quebrar a integração da empresa, vendendo-a em pedaços, a preço de banana.

Se não houver reação dos trabalhadores e da sociedade, a Petrobrás será esquartejada. E na luta contra o desmonte e a entrega do Pré-Sal, resistir à venda dos campos maduros é tarefa número um dos petroleiros nesse momento.

Calendário de lutas:

12 a 21 de julho: assembleias nas bases dos campos maduros terrestres para deliberar greve por tempo determinado em agosto;
18 de julho: Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte;
18 de julho: Encontro das assessorias jurídicas dos sindicatos da Bahia, RN, ES, CE e RN, em Natal;
19 de julho: Seminário de greve em defesa dos campos maduros, em Natal;
25 de julho: reunião preparatória da FUP sobre pendências do acordo coletivo, na CUT/RJ;
26 de julho: reunião com o RH da Petrobrás para discutir pendências do ACT 2015/2017;
26 de julho: Ato Nacional nas bases da FUP;
27 a 29 de julho: Seminário de Planejamento de campanhas, em SP;
Agosto: greve por prazo determinado nos estados com campos maduros terrestres. Mobilizações em todas as bases da FUP em apoio à luta por uma Petrobrás integrada;
05 a 07 de agosto – 2º Encontro Nacional dos Trabalhadores da Transpetro, em Salvador.