Convivência com insetos, baratas, moscas é factual no local de trabalho

Baratas no refeitório das plataformas por falta de insumos fornecidos pelas empresas terceirizadas.

As plataformas cearenses de extração de petróleo amanhaceram com seus trabalhadores mobilizados no início deste domingo (09/04). Alimentação, climatização, higiene e problemas na manutenção predial estão entre as reivindicações.

Segundo os petroleiros da base, há alguns meses a categoria vem sofrendo agravamento gradativo das condições de habitabilidade das plataformas.

“Estamos sendo convidados todos os meses à aceitação de novas condições, sob as inomináveis justificativas que protegem exclusivamente os tomadores de serviços, donos das empresas prestadoras
de serviços”, disse um trabalhador.

A base reivindica a resolução imediata dos seguintes problemas: precário funcionamento dos sistemas de climatização; roupas de cama desgastadas, toalhas ásperas, fétidas que as vezes faltam, tendo os trabalhadores que se enxugarem com lençois. Em relação a alimentação há falta de insumos básicos, como biscoitos salgados, coalhada, iorgurtes, além de corte no fornecimento integral de refeições pela falta de materiais, quantidades insuficientes, descumprimento a cardápios (que tem sido omitido), lanches e dimensionamento calórico não condizentes com as naturezas de trabalho.

A culpa disso tudo advêm da ineficiente gestão das empresas terceirizadas de serviços gerais, das prestadoras e da fiscalização, resguardados os esforços dos trabalhadores terceirizados, que também sofrem com essa precarização e acabam impedidos de prestar seus serviços de forma ideal pela falta de fornecimento de suas próprias empresas contratadas.

“Assistimos a toque de caixa o maquiamento dessas condições para visitantes, auditores, autoridades, de tal forma que passe desapercebidas tais condições. E, assim, sustentamos um faz-de-conta de que tudo está suportavelmente bem”, denuncia um petroleiro.

“Nossa paciência já se esgotou. Nosso ato é em defesa da condição comum a todos. Dignidade não se constrói com campanhas falaciosas de segurança e saúde, quando na prática assistimos ao desrespeito à nossa condição a bordo. Não iremos ceder sem respostas concretas à regularização. Não admitiremos mais cortes de nossas condições sem negociação. Não aceitamos imposições para menos”, finaliza.