Atos públicos foram realizados nesta quinta-feira (22/9), na capital cearense. As ações integraram o Dia Nacional de Paralisação e Mobilização Rumo à Greve Geral e por Nenhum Direito a Menos

Escrito por: Raquel Chaves e Letícia Alves/CUT-CE (*)

Movimentos de pelo menos 13 estados cruzaram os braços e organizaram atos públicos durante toda esta quinta-feira (22/9), no Dia Nacional de Paralisação e Mobilização Rumo à Greve Geral e por Nenhum Direito a Menos. Em Fortaleza, a convocação foi feita pela CUT, CTB, CSP-Conlutas e Frente Brasil Popular – Ceará. A classe trabalhadora do campo e da cidade alertou para o avanço do projeto de retirada de direitos previsto pelo governo ilegítimo de Michel Temer. E avisa: não deixará as ruas enquanto houver ameaças a conquistas históricas. Cerca de 5 mil pessoas participaram das ações.

 

As principais manifestações na capital cearense concentraram-se em dois atos públicos, realizados em dois turnos. O primeiro teve início às 8 horas, quando manifestantes de diversos sindicatos e centrais sindicais realizam ato em uma das principais avenidas do Centro (Duque de Caxias). O ato ocorreu em frente a uma das agências do Banco do Brasil – o movimento fortalece ainda a greve do Sindicato dos Bancários do Ceará. O presidente da CUT-CE, Wil Pereira, reforça a importância de o movimento não esmorecer e da “luta incansável nas ruas até que se dissolvam os ataques aos direitos, promovidos de forma agressiva pelo governo golpista de Michel Temer”. Entre os ataques: flexibilização da CLT, reforma da previdência e projetos de lei em discussão no Congresso que congelam o gasto público em áreas como saúde e educação, e provocam retração de direitos.

 

 

Ação da tarde ocorreu em frente à Oi Contax, na avenida Borges de Melo (FOTO: Raquel Chaves/CUT-CE)

Ação da tarde ocorreu em frente à Oi Contax, na avenida Borges de Melo (FOTO: Raquel Chaves/CUT-CE)

Às 13 horas, novo ato seguiu na avenida Borges de Melo, em frente à Oi Contax, que emprega  operadores de serviços de telemarketing. Como na atividade da manhã, o ato também foi acompanhado por movimentos sociais ligados a mulheres, estudantes, defesa de moradia digna e juventude, além de outras centrais. Houve diálogo dos manifestantes com trabalhadores/as e usuários/as do sistema de telefonia, além da sociedade como um todo, que recebeu o panfleto “Acorda!!! Você está sendo roubado. E isso é só o começo!”, elaborado pela CUT Nacional, denunciando as graves ameaças da PEC 241 e do PLP 257.

 

 

16 categorias mobilizadas nos atos

O presidente da CUT-CE, Wil Pereira, avaliou de forma positiva a ação promovida em parceria com a CTB e CSP-Conlutas nesta quinta-feira: “iniciamos um bom processo de mobilização”. Segundo Pereira, pelo menos 16 categorias participaram dos atos, parando suas atividades. “Aqui na Capital, observamos o setor de transporte, os companheiros bancários, algumas escolas e professores da rede municipal, operários da construção civil”, disse.

 

Entre trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias que participaram dos atos do #EsquentaGreveGeral, estiveram ainda petroleiros, servidores públicos, jornalistas, gráficos e profissionais de telecomunicações. Também marcaram presença movimentos sociais do campo e da cidade e representantes das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

 

Os dirigentes do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará (Sindjorce) denunciaram no ato o arrocho salarial que os jornais do estado querem impor aos profissionais de imprensa. As agendas do chamado “esquenta para a greve geral” estão incluídas na Semana de Mobilização dos Jornalistas do Ceará, que levanta a bandeira da valorização profissional da categoria. Já os bancários denunciaram no ato a intransigência dos banqueiros, que fazem parte do setor que mais lucra no Brasil e mesmo assim, recusam-se a pagar aumento digno de salários, PLR, vales e auxílio-creche, respeito ao emprego e melhores condições de trabalho aos seus funcionários. Isso levou a categoria bancária a uma greve que, nesta sexta-feira (22/9), chega ao 18º dia em todo o Brasil.

 

 

Wil Pereira, presidente da CUT-CE, avisou que os golpistas não terão trégua (FOTO: Letícia Alves/CUT-E)

Wil Pereira, presidente da CUT-CE, avisou que os golpistas não terão trégua (FOTO: Letícia Alves/CUT-E)

“Para nós, esse dia 22 é muito importante porque marca uma espécie de ‘esquenta’, uma consulta à sociedade como um todo, sobre estarmos preparados para uma greve geral. É preciso compreender que a pauta para a greve geral, sobretudo, é em defesa dos nossos direitos, que vêm sendo atacados por esse congresso irracional que aí está e por esse governo de Michel Temer que já adiantou pelo menos 55 ataques diretos à classe trabalhadora. Estamos firmes e fortes”, garante Wil Pereira.

 

 

ACESSE AS FOTOS DOS ATOS NA FANPAGE DA CUT-CE

 

(*) Com informações do SEEB-CE e Sindjorce