Em debate realizado na TV Folha entre a presidenta da União Nacional dos Estudantes, Catarina Vitral, e o liberal Kim Kataguiri (Movimento Brasil Livre) sobre conjuntura nacional e impeachment, entre vários outros temas, Petrobrás foi um dos que não poderia ter faltado.

O diálogo foi mediado pelo repórter Fernando Canzian, que perguntou sobre a visão que ambos tinham sobre empresas públicas e intervenção do Estado na economia. Nessa pergunta, Canzian enfatiza que a Companhia é vista como sendo “usada para corrupção pelos últimos 10 anos” (tirando da reta a gestão FHC e anteriores).

Em resposta a isso, Catarina alegou que a Petrobrás não deve ser resumida à escândalos de corrupção, pois a história da Estatal é desenhada com a própria história de desenvolvimento do Brasil. “Contar a história da Petrobrás dos últimos 10 anos não é só contar a história da lava-jato, porque a história da Petrobrás nos últimos 10 anos foi por exemplo a história da descoberta do pré-sal. Isso só foi possível com uma gestão que conseguiu estrategicamente e cientificamente avanços tecnológicos a ponto da gente chegar até a camada do pré-sal”, disse.

“É injusto não com o governo, mas com a Petrobrás, que é uma empresa centenária ter sua história contada como um escândalo de corrupção. Se existiu corrupção na Petrobrás é preciso que todos os responsáveis sejam punidos, doa a que doer, mas é preciso separar o joio do trigo. Agora é preciso preservar a Petrobrás, que é a nossa maior riqueza. Ela não pode ser manchada com esse tipo de narrativa, ela deve voltar a ser o nosso orgulho”, completou a estudante.

Como não poderia ser diferente, Kataguiri defende a visão liberal do mercado e a privatização da Petrobrás. Em seu show de argumentos fáceis e contraditórios, o jovem de 20 anos recorreu ao senso comum de associar necessariamente o papel da Gigante Estatal Brasileira à gasolina.

“Essa questão que ela invoca, de sempre quem defende a petrobras estatal, de “o petróleo é nosso”, o petróleo não é nosso, pois não chego no Posto Ipiranga e mando abastecer meu carro de graça, muito pelo contrário, nossa gasolina é uma das mais caras do mundo justamente porque a petrobrás é estatal e está sujeita a conchavos políticos e não a uma administração técnica tradicional”, disse o rapaz.

Após citar o liberal Freedman, Kataguiri reafirmou que empresas estatais são apenas grandes centros de conchavos políticos. Ele acredita que que a Petrobrás nas mãos de empresários lucraria mais. A pergunta é, quem lucraria mais, o povo ou esses empresários?